Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Para PL, Lula quer manter polarização

Presidente diz ver briga entre ricos e pobres | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para setores importantes da oposição, o governo, ao ressuscitar o discurso da disputa entre pobres e ricos, vai além da disputa em torno de questões orçamentárias e fiscais: busca atualizar uma polarização que tenderia a diminuir com a gradual saída de Jair Bolsonaro na disputa eleitoral.

Líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ) ressalta que ao admitir que pode não ser candidato em 2026, o ex-presidente abriu caminho para uma "despolarização".

Um gesto que facilita acordos com o Centrão para a eleição presidencial e facilita articulações principalmente em torno de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Enquanto isso, Lula retoma o discurso de divisão de classes, que marcou o PT.

 

Superação

Portinho ressalta, porém, que os petistas só chegaram ao poder depois de superarem a lógica da polarização. "Isso nunca levou o PT a lugar nenhum", frisa. Para ele, essa posição contribui para afastar o eleitorado da classe média, "que se identifica mais com os ricos".

Jogo de ganhos

Outro parlamentar bolsonarista, que prefere não ser identificado, ressalta que o contexto é favorável: a história do pobre x rico reforça uma imagem moderada de Tarcísio, que aceitaria um Bolsonaro como vice. O ex-presidente se contentaria com a promessa de indulto.

Auditores-Fiscais propõem alíquota de 15% para ricos

Dão Real: mudanças para reduzir desigualdade | Foto: Reprodução/Sindifisco/Santos

O Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita decidiu apimentar a discussão sobre mudanças no imposto de renda. Redigiu uma proposta mais ambiciosa do que a preparada pelo Ministério da Fazenda.

Sugere, em primeiro lugar, corrigir em 17,78% a tabela do IR, o que, na prática, diminuiria a tributação de mais brasileiros, 38 milhões no total.

Como quer o governo, manteria a isenção de quem ganha até R$ 5 mil e reduziria o imposto de quem chega ao limite de R$ 7 mil.

Para financiar os benefícios, criaria uma tributação de 15% sobre ganhos de quem recebe mais de R$ 200 mil mensais.

Aumento

Pelo projeto do governo, o percentual máximo de contribuição sobre a soma dos rendimentos seria de 10%, aplicável aos que embolsam a partir de R$ 100 mil mensais, R$ 1,2 milhão por ano. Lucros e dividendos recebidos, e hoje isentos, entrariam na mordida.

Robin Hood

Presidente do SindiFisco, Dão Real afirma que as medidas são necessárias para mudar a política brasileira de tributação que, afirma, aumenta a desigualdade. O custo da implantação dos benefícios seria de R$ 43,6 bilhões, dinheiro que viria dos mais ricos.

Cobertura

Parlamentares ligados ao governo começaram a divulgar um outro vídeo que trata da briga entre ricos e pobres. Mostra um prédio onde moram pobres, remediados e, na cobertura, os ricos — e estes não pagam condominio. O filme convoca para ato no dia 10.

Visto em risco

Ao negar visto para a seleção cubana feminina de vôlei que disputaria torneio em Porto Rico, o governo norte-americano despertou preocupações na Fifa. É que a seleção iraniana está classificada para a próxima Copa do Mundo, que terá os EUA como principal sede.