Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Tarcísio de Freitas: camisa azul e fumaça amarela

Governador evitar usar camisa de cor bolsonarista | Foto: Reprodução/Youtube de Silas Malafaia

O fato de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ter sido o único governador autorizado a discursar no ato de domingo passado foi visto como uma espécie de emissão de fumaça amarela por parte de Jair Bolsonaro.

Sinal de que o ocupante do Palácio dos Bandeirantes é mesmo a sua opção preferencial para a disputa pelo Planalto em 2026.

O fato é destacado pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Ele ressalta que havia outros três governadores presentes, entre eles, o também presidenciável Romeu Zema (Novo-MG).

Sóstenes frisa que, no palanque, Tarcísio voltou a usar camisa azul da seleção com o número 10, o de seu partido. Mas prevê que, em breve, ele envergará a amarela, com o 22 do PL.

 

Necessidade

A opção pela camisa azul reacendeu a desconfiança de aliados de que ele insiste na imagem de um bolsonarismo menos radical — ontem, sequer criticou o STF. Mas Bolsonaro precisa de um aliado capaz de vencer em 2026 que, desde já, aceite assinar seu indulto.

Vapt-vupt

Sóstenes aposta que a anistia ao pessoal do 8 de Janeiro será apresentada logo pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). A exemplo do projeto do IOF, terá tramitação vapt-vupt, articulada com Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado.

IOF: advogados apostam em saída negociada via STF

Alexandre de Moraes foi designado relator do caso | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

No meio jurídico, muita gente aposta que o Supremo Tribunal Federal vai tentar uma solução negociada para o impasse em torno do IOF.

Designado relator da ação do Psol que tenta barrar a decisão do Congresso que derrubou o aumento do imposto, o ministro Alexandre de Moraes imitaria o gesto do colega Flávio Dino em relação às emendas parlamentares.

Para o tributarista Bruno Toledo Checchia, o caso não é simples: o que está em jogo é o direito do governo de alterar alíquotas de um imposto tido como regulatório e não arrecadatório. Ou seja, para a oposição, o IOF só poderia ser alterado para corrigir distorções pontuais.

Doutrina

O governo alega que pode mexer livremente na alíquota; para o Congresso, isso não poderia ser feito apenas para gerar caixa. Segundo Checchia, sócio do Bichara Advogados, essa diferenciação do tipo de imposto não é constituicional, mas doutrinária — daí, as dúvidas.

Bola dividida

O tributarista ressalta não se lembrar de alguma vez em que o STF tenha barrado um aumento de imposto com a alegação de que a mudança infringira seu caráter regulatório, ou extra-fiscal. Isso, em tese, favorece a tese do governo, mas não elimina a bola divida.

Irritação

A insatisfação do norte-americano John Textor, dono do futebol do Botafogo, com o agora ex-técnico Renato Paiva é anterior ao jogo contra o Palmeiras. Antes da partida contra o Atlético de Madrid, o empresário reclamou do português, o chamou de "covarde".

Crítica

A derrota para o Palmeiras entornou o caldo. Com a eliminação, o Botafogo deixou de faturar R$ 72 milhões. Também pesou o fato de, na coletiva depois do jogo, Paiva ter elogiado as contratações, pelo rival de Paulinho e Vitor Roque — isso soou como crítica a Textor.