Por: POR TALES FARIA (interino)

CORREIO BASTIDORES | Diretor-geral da Abin está com a cabeça a prêmio

Luiz Fernando Corrêa é pressionado a deixar a Abin | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Já não há no Palácio do Planalto e no PT quem defenda a permanência no cargo do atual diretor-geral da Agência Brasileira de Informações (Abin), Luiz Fernando Corrêa.

Melhor dizendo, há uma pessoa que ainda não decidiu: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Praticamente todos em volta de Lula consideram que a permanência só traz desgaste para o governo.

Não que se considere Correa de fato envolvido nas conspirações de Abin paralela, durante o governo Bolsonaro, contra a eleição e posse de Lula, conforme descoberto pela Polícia Federal.

Mas o que se diz dentro do governo é que ele foi incompetente ao acreditar que alguns dos agentes, seus amigos, não estavam envolvidos e, por isso, tentou protegê-los.

 

Lula titubeia

Lula considera Correa "um amigo de total confiança". Quem conseguiu falar com o presidente sobre a demissão ouviu como resposta que de fato Correa errou, mas que a demissão seria um atestado de que ele estaria envolvido na trama de espionagem descoberta pela PF.

"Por enquanto"

A PF aponta contra Correa fortes indícios de atuação para impedir a investigação sobre a Abin paralela. Diz-se no governo que ele fica no cargo "por enquanto", mas um chefe da Abin não pode estar sob esse tipo de suspeita.

Governo brasileiro insistirá no fim do conflito no Irã

Donald Trump | Foto: Gage Skidmore - Peoria, AZ, EUA, CC BY-SA 2.0

Por mais que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçasse entrar no conflito entre Israel e Irã, a diplomacia brasileira ainda tinha esta como a hipótese menos provável.

A base política de Trump não era favorável. Steve Bannon, ideólogo do trumpismo, disse ontem que a prioridade dos EUA deve ser expulsar imigrantes e não entrar no conflito do Oriente Médio.

O poderio bélico dos EUA, no entanto, altera as previsões de uma guerra longa, quando só Israel atacava o Irã.

De qualquer maneira, a ordem no governo brasileiro é insistir na defesa da pacificação. A dúvida é se o regime dos Aiatolás sobreviverá.

 

Crise geral

Com a entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã, Trump põe fogo no mundo. a expectativa dos economistas é de uma elevação abrupta no preço do petróleo e, portanto, aumento da inflação no mundo. A crise deverá se generalizar e O Brasil também irá sofrer.

Bolsonarismo

Diferentemente dos aliados de Donald Trump nos EUA, os bolsonaristas aqui no Brasil são favoráveis à decisão do presidente norte-americano de entrar na guerra. Para os bolsonaristas, a defesa do Estado de Israel é uma das prioridades na política internacional.

Sobre diálogo

Ex-presidente do Partido Comunista Brasileiro, Roberto Freire lembra da crise dos mísseis em Cuba, em 1962. EUA e União Soviética quase entraram em guerra, mas os presidentes dos dois países resolveram: "Será que temos hoje lideranças capazes de dialogar?"

Israel manda

Para a diplomatas brasileiros, a decisão de Donald Trump de atacar o Irã mostrou que Israel está no comando da política externa dos EUA no Oriente Médio. Mesmo contra a vontade dos trumpistas, o presidente dos EUA fez o que Benjamin Netanyahu determinou.