Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Bolsonaro quer mulher e três filhos no Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quer, em 2026, conseguir a eleição de uma bancada familiar, que seria formada por quatro senadores que carregam seu sobrenome: a mulher, Michelle, e os filhos Flávio (que tentará a reeleição no Rio), Eduardo e Carlos.

Cabe ao Senado definir impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, daí a prioridade definida por Bolsonaro, que quer defenestrar Alexandre de Moraes.

No próximo ano haverá renovação de dois terços dos senadores, o que abre a possibilidade de a oposição ter maioria na Casa.

De acordo com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), Michelle ainda falta definir o estado em que Carlos, vereador no Rio, registraria sua candidatura.

 

5% da Casa

Michelle seria candidata pelo Distrito Federal; Eduardo, hoje deputado federal licenciado, por São Paulo. Caso esses quatro integrantes do clã Bolsonaro sejam eleitos, a família controlaria 5% das cadeiras do Senado. O PT do presidente Lula tem nove senadores.

Tarcísio

De acordo com Sóstenes, a intenção de Bolsonaro revela que ele não pensa em apoiar Michelle, Eduardo ou Flávio para a Presidência. Afirma que o ex-presidente deverá lançar Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, para a disputa do Planalto.

Motta negocia projeto de anistia com ex-presidente

O líder do PL diz que, ainda esta semana, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) deverá apresentar um projeto de anistia aos acusados e condenados por tentativa de golpe. A proposta, afirma, foi negociada diretamente com Bolsonaro.

Segundo ele, o projeto representaria um substitutivo ao já apresentado à Câmara e seria pautado pelo próprio Motta. Teria, portanto, uma atitude diferente em relação à proposta que tramita na Casa — ele se recusou a levar a plenário a proposta de votação de sua urgência.

Sóstenes, porém, diz não saber se o ex-presidente concordou com o projeto apresentado por Motta.

Papai Noel

"Sou meio incrédulo para acreditar em Papai Noel", frisa Sóstenes, que nega conhecer a nova proposta. No mês passado, ele apresentou substitutivo que concedia anistia para envolvidos no 8 de Janeiro por crimes de tentativa de golpe e de derrubada do Estado de Direito.

Sem encanto

Por falar nisso: o líder do PL ironiza as últimas declarações de Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União) — pré-candidatos à Presidência, os governadores de Minas e Goiás, respectivamente, têm defendido anistia a Bolsonaro. "Eles não encantam", resume.

Galeão na mira

Horas depois de o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) comemorar a decisão da Gol de transformar o Galeão em seu principal hub doméstico, vias expressas de acesso ao aeroporto voltaram a ser fechadas em nova operação da polícia fluminense em favela da região.

Paralisações

Na manhã de ontem, a UFRJ e a Fiocruz alertaram funcionários e alunos para os problemas causados pela mobilização policial. A universidade suspendeu suas atividades e a instituição científica recomendou que ninguém fosse para o campus Manguinhos-Maré.