Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Pesquisa reforça apoio da direita a Tarcísio

Governador atrairia voto menos radical | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A pesquisa Quaest, o apoio do mercado financeiro, o avanço do processo judicial contra lideranças golpistas e as derrapadas como a do IOF reforçaram a convicção de lideranças da direita de que Tarcísio de Freitas é o candidato ideal para a Presidência.

Apesar dos bons índices obtidos por outros possíveis pretendentes, como Michelle Bolsonaro e o governador do Paraná, Ratinho Junior, a avaliação é de que a pesquisa evidencia a tendência de isolamento de Lula.

Situação que exigiria um oponente mais capaz de agregar votos dos nem-nem, que não se identificam com a esquerda ou com a direita — 33% do total, segundo a Quaest. O governador de São Paulo seria, então, o mais capaz de obter o apoio da maioria do grupo.

 

Resultados

Na avaliação de integrantes do próprio PL, as prováveis condenação e prisão do já inelegível Jair Bolsonaro abrem caminho para uma direita de discurso menos extremista. Tarcísio incorporaria a imagem de um conservadorismo menos de discurso e mais de resultados.

Contraponto

Apesar do aumento do emprego e do PIB, o governo acabou associado ao desequilíbrio fiscal e à busca de aumento de impostos. O governador de São Paulo seria um contraponto liberal, capaz de interromper uma lógica voltada ao crescimento do Estado.

Contra um Bolsonaro, Lula seria menos radical

Michelle (com Bolsonaro): alternativa familiar | Foto: Isaac Nóbrega/PR

Há o temor de que a escolha de integrante da família Bolsonaro para a cabeça de chapa gere dificuldades eleitorais — Lula poderia, outra vez, incorporar o papel do menos radical.

A presença de um candidato de sobrenome Bolsonaro tenderia a fazer da campanha uma disputa em torno de eventual idulto ao ex-presidente e a alidados.

"O mercado quer calma", resume um parlmentar do PL. Ressalta que um candidato com imagem mais moderada favoreceria adesões do Centrão — Tarcísio é filiado ao Republicanos, que tende a fazer uma federação com o MDB (os dois partidos integram o governo).

Sobrenome

O problema é que Jair Bolsonaro vê traições em cada esquina e só confia em quem carrega seu sobrenome. Ao radicalizar o discurso nos últimos dias, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem procurado se mostrar mais confiável que Tarcísio

Figurante

Bolsonaro foi figurante durante boa parte da transmissão, ontem, do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Sentado à esquerda do depoente, algumas fileiras atrás, o ex-presidente acabou flagrado por câmeras da TJ Justiça.

Racismo na UFRJ

A Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade da UFRJ manifestou seu apoio a servidores do Colégio de Aplicação da universidade que foram vítimas de racismo. Entre as vítimas estão as duas diretoras e um professor — todos negros.

Crime

Segundo nota da SGAADA, eles foram alvo de "violência simbólica e institucional" por parte de estudantes e de um responsável legal. O cabelo crespo do professor foi ridicularizado e houve ataques verbais às diretoras. "Racismo é crime", ressalta o documento.