Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Viés político dificulta extradição de golpistas

Zambelli entrou na lista vermelha da Interpol | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O Brasil terá dificuldades para conseguir a extradição de réus pela tentativa de golpe de Estado que imitem a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e fujam para o exterior. Isso, mesmo que eles venham a ser condenados pelo Supremo Tribunal Federal.

Um integrante do Ministério Público Federal alerta que as condenações seriam, principalmente, por crimes de viés político — tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado.

Nesses casos, governos estrangeiros tendem a negar extradição.

O acordo assinado com a Itália, por exemplo, veda de maneira explícita a concessão da medida caso considere que o o crime foi político — essa ressalva viabiliza asilos diplomáticos.

 

Interpol

Como a coluna mostrou, a extradição de Zambelli é viável porque ela foi condenada por crimes comuns. A decisão da Interpol em incluí-la em lista de procurados reforça a hipótese — a organização se recusara a fazer o mesmo em relação a acusados de crimes de opinião.

Argentina

Previsto para ocorrer ainda neste mês, o julgamento, na Argentina, da extradição de cinco condenados pelo 8 de Janeiro indicará como o país vizinho tratará novos casos semelhantes. Eles foram presos por autoridades locais depois de pedidos do Supremo Tribunal Federal

Pesquisa comprova a força eleitoral dos nem-nem

Lula deverá tentar a reeleição em 2026 | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A pesquisa da Quaest sobre preferências eleitorais e pré-candidatos reforça que, em 2026, tende a ser vencedor o candidato a presidente que atrair eleitores que não são de direita, nem de esquerda, muito pelo contrário.

Entre os entrevistados, 29% disseram ser petistas/lulistas ou que, pelo menos, consideram-se à esquerda; os bolsonaristas ou que estão mais à direita são 34%.

A diferença entre os dois grupos, de cinco pontos percentuais, é quase o limite da margem de erro.

Já os que afirmaram não ter posicionamento político são 33%. Eles é que, mais uma vez, vão decidir quem vai subir a rampa do Palácio do Planalto.

Mais mortes

A nova edição de "Crime no Rio" destaca o aumento nas mortes por intervenção policial, índice que havia caído ao longo de 2024. Essas mortes cresceram 34,4% nos quatro primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado: 285 contra 212.

Mais e menos

Na Baixada Fluminense, o aumento nas mortes por agentes do Estado foi de 79,1%; na capital, de 55,8%. As quedas na Grande Niterói (38,5%) e no interior (32,4%) ajudaram a reduzir o impacto da mudança. A publicação é do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).

Golpes

Outro dado destacado é o aumento dos casos de estelionato, o que indica a provável atuação de quadrilhas especializadas em golpes pela internet e por celular. Nos quatro primeiros meses do ano foram registrados 49.046 casos muito mais que o de roubos, 34.570.

Inteligência

A comparação com o mesmo período de anos anteriores revela o crescimento desse tipo de crime. No primeiro quadrimestre de 2023 houve 39.493 casos; em 2024, 47.535. A publicação ressalta que o combate a esses bandidos precisa ser baseada em inteligência.