Os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Rogério Marinho (PL-RN) já foram escalados, respectivamente como titular e suplente, entre os representantes do partido na CPMI do INSS. Outro que deverá entrar na lista é Eduardo Girão (CE) — ele é filiado ao Novo, que integra o mesmo bloco do PL.

Também pediram para ficar entre os três titulares que o bloco pode indicar os senadores Magno Malta (PL-ES) e Marcos Rogério (PL-RO). Rogério, porém, já está na CPI das Bets, o que diminui suas chances.

A definição dos nomes será feita pelo líder do PL, Carlos Portinho (RJ). A prioridade dele, porém, é conseguir do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a leitura do requerimento de criação da CPMI.

A apresentação do pedido tem que ser feita numa sessão do Congresso Nacional, também presidido por Alcolumbre. Ontem, Portinho e Marinho, líder da Oposição, aguardavam a chegada do colega ao Senado para cobrar dele a fixação de uma data para a leitura.

Marinho foi secretário da Previdência entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020. Izalci Lucas atuou como presidente da comissão mista que analisou a medida provisória enviada por Jair Bolsonaro ao Congresso e que tratava, entre outros pontos, de fraudes no INSS.

Já o governo, que desistiu de tentar barrar a CPMI, não demonstra pressa em sua instalação. Quer esperar o avanço das investigações da Polícia Federal e o início da devolução de parte do dinheiro roubado de aposentados. Tenta, assim, melhorar sua imagem na história.

A maior dificuldade do Planalto é saber como que a grana arrecadada de forma fraudulenta por diversas entidades vai ser entregue a aposentados e pensionistas.

Medidas como sequestro de bens e de valores de fraudadores dependem de ordens judiciais e são demoradas. Ninguém acredita que vá encontrar muito dinheiro em contas das entidades.

Enquanto isso, o governo ganha tempo e procura avançar nas negociações com partidos do Centrão. Quer que eles indiquem para a CPMI integrantes mais alinhados com o Planalto — mais uma vez, esses parlamentares serão decisivos no rumo das investigações.

No Senado, as bancadas do PP e do Republicanos são mais alinhadas com a oposição; na Câmara, há muitos ligados ao governo. Cada uma das Casas terá 15 representantes titulares na CPMI — eles terão, de cara, o papel decisivo de eleger presidente e relator do grupo.

A política tem disso: comandanda por políticos do PL bolsonarista, Portinho e Carol de Toni (SC), a Frente Parlamentar do Livre Mercado está ao lado de Lula na proposta de exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial, que inclui a Foz do Amazonas.

Portinho ressalta que a demora brasileira em começar a exploração permite que a Guiana Francesa — região que pertence ao país europeu — "sugue" sozinha o petróleo na área. O assunto era o tema de um jantar dos integrantes da frente previsto para ontem.