Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | INSS: governo quer apuração também sobre Bolsonaro

Lula cobrou de Alcolumbre investigação ampla | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Depois de desistir de lutar contra a criação da CPMI do INSS, o governo conseguiu arrancar do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), o compromisso de que a investigação também vai alcançar o mandato de Jair Bolsonaro.

Havia o receio de que, por ter sido proposta por oposicionistas, a CPMI se concentrasse na fase posterior à posse do presidente Lula, ainda que o requerimento de criação do grupo não restrinja o período a ser investigado.

Na avaliação do Planalto, a comissão será palco de um grande embate entre governo e oposição — cada bloco vai tentar jogar a responsabilidade no outro. Governistas vão insistir na tese de que a roubalheira tomou fôlego sob Bolsonaro e foi apurada por Lula.

 

Centrão

O embate vai favorecer o Centrão, histórico fiel da balança no Congresso. Caberá a esse grupo de partidos definir se a CPMI andará mais para um lado ou para o outro. E o governo sabe que o fato de partidos do bloco integrarem o governo não serve de garantia para nada.

Perdedores

Há também a expectativa de que a abragência do escândalo sirva para arrefecer as investigações — inclusive por parte de integrantes do Centrão. Isso, para evitar a previsão de um integrante do governo: a CPMI tende a gerar mais perdedores do que vencedores.

Nos bastidores, governistas defenderam CPMI

Boulos é um dos que veem vantagens na comissão | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Apesar do discurso oficial de que o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União ressalta que não havia necessidade de CPI ou de CPMI, muitos governistas, internamente, defendiam a entrada do parlamento na apuração.

Entre eles estão o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) e os deputados como André Janones (Avante-MG) e Guilherme Boulos (Psol-SP). Outros integrantes da bancada do Psol também queriam a comissão.

Na avaliação deles, a CPMI será um bom espaço para o governo mostrar pecados bolsonaristas. E, vale lembrar, as CPIs são ótimos palcos para parlamentares.

Frei Chico

Uma das prováveis primeiras tarefas da bancada do Planalto será tentar barrar a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula, vice-presidente de um sindicato suspeito de participar das fraudes. Governistas vão alegar que ele não preside a entidade.

Todos os nomes

O contra-ataque do governo incluirá a convocação de José Carlos Oliveira, ex-presidente do INSS que, sob Bolsonaro, chegou a ministro do Trabalho. Citado nas investigações ele, segundo a PF, agora se apresenta como Ahmed Mohamad Oliveira Andrade.

Cheiro do céu

Caberá a um brasileiro perfumar a missa que marcará o início oficial do pontificado de Leão XIV. Fundador da empresa Incenso Milagros, Martinho da Rocha chegou esta semana à Roma e entregou o incenso que será usado na cerimônia de depois de amanhã.

Aroma da paz

Desde 2007 que ele fornece o incenso para o Vaticano. A nova fórmula inclui substâncias como mirra (a dos Reis Magos), olíbano, estoraque, nardo, rosa e lavanda. O nome do incenso é do incenso foi batizada de "Pacem in Terris", referência à encíclica do papa João XXIII.