A guerra comercial promovida por Donald Trump preocupa integrantes da direita, em particular, os bolsonaristas. Todos temem as consequências políticas de medidas que atentem contra os interesses brasileiros.

Seria complicado explicar ao eleitorado e a importantes setores empresariais o apoio incondicional ao presidente norte-americano que ameaça prejudicar exportações brasileiras. Um ataque que tende a diminuir renda e empregos por aqui.

A situação é vista em alguns setores como potencialmente ainda mais delicada do que deportação em massa de imigrantes ilegais, já que a prática, apesar de ser muito exaltada por Trump, não é nova, ocorreu também em governos democratas nos Estados Unidos.

Para setores da direita, a ofensiva de Trump é capaz de abalar o discurso patriótico que embala o conservadorismo brasileiro e que vem servindo de contraponto à esquerda . Deixaria claro que, apesar de pautas coincidentes, os EUA defendem seus próprios interesses.

Bolsonaristas lembram que atitudes de Trump têm o risco de jogar no colo da esquerda a pauta nacionalista hoje mais identificada com a direita. Lembram a repercussão positiva do boné, usado por petistas, com frase sobre o Brasil pertencer a brasileiros.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que vai conversar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre suas declarações a respeito do 8 de Janeiro.

Em entrevista a uma rádio de seu estado, Motta disse não classificar os fatos ocorridos naquele domingo como uma tentativa de golpe de Estado. Criticou ainda penas pesadas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal a condenados pela intentona.

"É preciso conversar com ele e entender o seu real pensamento", afirma. Ressalta que, ao discursar logo depois de eleito, Motta exaltou o papel de Ulysses Guimarães, ex-presidente do MDB, e sua luta contra a ditadura.

Para ela, quem fez tantas referências a Ulysses não pode "desqualificar o 8 de Janeiro." Em seu discurso, Motta falou no ex-presidente do MDB 15 vezes e ainda falou em democracia 29 vezes. Ainda imitou uma foto do ex-parlamentar exibindo a Constituição como um troféu.

Já o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) afirma não ter se surpreendido com as declarações do presidentre da Câmara: "Ele dá uma no cravo e outra na ferradura", comenta. A exemplo de Jandira, ele condena as declarações sobre a inexistência de tentativa de golpe.

Lucas Paquetá, do West Ham e da seleção brasileira, não consta como indiciado no relatório da CPI das Apostas feito pelo senador Romário (PL-RJ). Mas seu nome não saiu do foco das investigações: deverá entrar na lista caso venha a ser condenado na investigação inglesa.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), que integra a CPI, diz que situação de Paquetá tende a se complicar caso ele seja condenado pela Federação de Futebol da Inglaterra. Ele será ouvido por lá em março. Portinho não descarta a possibilidade de a CPI ser prorrogada.