Políticos do PSD local anunciaram saída, mas outros demonstraram interesse em se aproximar do ex-governador
A filiação de Arruda, no entanto, não foi recebida de forma unânime. O movimento expõe um racha interno na legenda, que até então orbitava em torno da vice-governadora Celina Leão (PP), vista como possível candidata ao Buriti em 2026.
Distritais como Jorge Vianna e Robério Negreiros anunciaram saída do PSD, em protesto contra a chegada de Arruda, e devem migrar para partidos aliados do atual governador Ibaneis Rocha (MDB).
O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Cláudio Abrantes, também sinalizou que pretende trocar de partido.
O presidente regional do PSD, o empresário Paulo Octávio, até o momento não se pronunciou sobre a chegada de Arruda - de quem foi vice-governador, em 2006. O filho do empresário, André Kubitscheck, é secretário da Juventude do governo Ibaneis.
P.O. tinha declarado abertamente votos em Celina e Ibaneis, pouco antes de Arruda anunciar que iria se filiar ao PSD.
Se por um lado houve debandada, há também atrações. O senador Izalci Lucas e o deputado federal Alberto Fraga - ambos do PL - estavam presentes ao evento de filiação e já demonstraram interesse em se aproximar de Arruda.
Novas adesões
Analistas avaliam que a entrada de Arruda no PSD reposiciona o tabuleiro político do Distrito Federal. De um lado, ele tenta se apresentar como gestor experiente, capaz de enfrentar os problemas crônicos da capital. De outro, carrega o peso de um histórico marcado por escândalos e processos judiciais, que ainda podem comprometer sua candidatura.
O apoio explícito de Kassab, que o classificou como “um dos mais preparados para a política”, reforça a aposta nacional no seu retorno, mas também amplia a tensão com a base governista.
Com a filiação, Arruda volta a ser protagonista de uma disputa que promete ser acirrada em 2026. Sua presença no PSD não apenas desafia a hegemonia de Ibaneis Rocha e Celina Leão, como também recoloca em pauta o debate sobre memória política, perdão eleitoral e a capacidade de antigos líderes de se reinventarem diante de um eleitorado cada vez mais exigente.