Por: William França

BRASILIANAS | DF lidera setor cultural no país, mas gastos públicos recuam

IBGE mostra que 9% das empresas locais são da cultura | Foto: Internet

O Distrito Federal aparece como protagonista nacional no setor cultural, segundo o Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2013-2024, divulgado pelo IBGE na última sexta-feira (12).

Os dados revelam que, em 2022, 9% das unidades locais de empresas do DF pertenciam ao setor cultural — maior percentual entre todas as unidades da federação.

Foram 17.080 estabelecimentos, empregando 46,5 mil pessoas, com salário médio mensal de R$ 5.119, acima da média nacional.

Apesar da relevância econômica, os gastos públicos com cultura perderam espaço no orçamento distrital.

Entre 2013 e 2023, os investimentos cresceram 36,9%, passando de R$ 234,4 milhões para R$ 321 milhões. No entanto, a participação na despesa total caiu de 1,35% para 0,84%.

Ainda assim, o DF manteve desempenho superior ao de estados como Pará (0,97%) e Amazonas (1,50%), ficando atrás apenas destes dois. Em valores absolutos, o DF respondeu por 5,6% dos R$ 5,7 bilhões aplicados pelos governos estaduais em cultura em 2023 — participação menor que os 7,5% registrados em 2013.

Panorama nacional

No Brasil, a participação da despesa com cultura nos gastos públicos das três esferas caiu de 0,40% em 2013 para 0,38% em 2023. A retração foi mais acentuada nos níveis estadual (de 0,46% para 0,39%) e federal (de 0,09% para 0,04%), enquanto os municípios mostraram leve recuperação (de 1,05% para 1,09%).

A queda ocorreu principalmente entre 2013 e 2021, quando chegou ao mínimo de 0,27%. Houve retomada em 2022 (0,31%) e novo avanço em 2023 (0,38%). Em termos nominais, os gastos públicos com cultura cresceram 122,4% no período, de R$ 8,5 bilhões para R$ 18,9 bilhões, superando a inflação acumulada (109%). As leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo tiveram papel decisivo nesse aumento recente.