Centro Administrativo localizado em Taguatinga, pronto desde 2014 e sem utilização até hoje, depende de uma série de ajustes para se tornar viável. Além de novos acessos e viadutos, o GDF anuncia ainda um novo terminal rodoviário interurbano no local
EXCLUSIVO - Quatro meses após o anúncio de obras que facilitarão o acesso (e possibilitarão uma futura ocupação) do Centro Administrativo (Centrad), em Taguatinga, a Secretaria de Obras anuncia que serão iniciadas nos próximos dias a abertura das vias no entorno do complexo de prédios. Vale lembrar que o Centrad está pronto desde dezembro de 2014, e segue desocupado - e sem plano de utilização definido, até hoje.
Em entrevista a "Brasilianas", o secretário de Obras e Infraestrutura do DF, Valter Casimiro, anunciou que serão autorizadas as obras de construção de novas vias, que vão ligar o viaduto entre Taguatinga e Samambaia até o Centrad, passando por detrás do Estádio Serejão. Com essa nova via, o acesso ao Centrad poderá se dar de forma mais direta e sem retenção.
Até o momento, o Centrad só pode ser acessado por um retorno, na Avenida Elmo Serejo, distante quase 500 metros do espaço administrativo. Além disso, "compete" com o trânsito da via, que já é bastante pesado.
Em abril, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), havia anunciado que, além do acesso, seriam construídos dois novos viadutos, além da urbanização da área e de adequações internas no prédio. Estima-se a necessidade de aproximadamente R$ 180 milhões para concluir mais essa etapa.
Segundo Ibaneis, estudos técnicos encomendados pelo GDF indicaram que a infraestrutura viária é essencial para a utilização do espaço. "Por isso, faremos os viadutos e todas as adequações necessárias", disse o governador.
Com uma área de 182 mil m² e 16 edifícios, o Centrad foi concebido pelo ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) para centralizar os órgãos do governo distritais. Em 2022, a atual gestão anulou o contrato com o consórcio responsável pela construção do complexo, cujo custo foi estimado em R$ 1 bilhão, e retomou a posse do imóvel.
Rodoviária interestadual vai ser ampliada
O secretário de Obras anunciou ainda à coluna a duplicação do atual terminal interurbano de ônibus, que funciona de forma provisória desde que foram iniciadas as obras do Centrad, em 2009. Hoje, ele abriga algumas linhas que ligam Taguatinga a cidades do Entorno e serve também como ponto de parada de linhas interestaduais mais longas.
A construção do Centrad ocupou a antiga Rodoviária de Taguatinga (que até os anos 1990 atendia também a ônibus urbanos). A atual estrutura tem hoje oito plataformas de embarque e desembarque.
Além de duplicar a capacidade, o novo terminal de ônibus também ocupará um novo espaço - agora, ficará mais próximo do Estádio Serejão, onde já existe inclusive uma passarela de pedestres sobre a rodovia.
Próximo dali também está programado um ponto de parada para o futuro BRT que ligará a Região Administrativa do Pôr do Sol (situada após Ceilândia) até Taguatinga e, daí, à EPTG. Este BRT faz parte do Corredor Eixo Oeste, projeto de mobilidade urbana no Distrito Federal (ainda sem projetos ou definições, segundo o secretário de Obras).
Atualmente, o Centrad já tem ligação direta com a Estação Centro Metropolitano (linha Ceilândia), do Metrô-DF. Essa conexão multi-modal (metrô, ônibus e BRT) é um facilitador para a utilização do local, que dispõe, também, de ampla garagem coberta e de estacionamento aberto.
São feitas outras obras de acesso
O projeto do GDF para facilitar o acesso ao Centrad prevê a construção de um viaduto principal na QNL, com uma alça de acesso ao Centro Administrativo, e outro viaduto nas proximidades do campus Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB), conectando Samambaia e Ceilândia Sul.
As obras externas ficarão sob responsabilidade da Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF) e da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), enquanto as adequações internas do prédio serão conduzidas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Isso porque diversas áreas do edifício carecem de conclusão, incluindo instalações elétricas, hidráulicas, ar-condicionado e acabamentos internos.
Apesar de o imóvel já pertencer ao GDF, questões jurídicas com a Caixa Econômica Federal e investidores ainda precisam ser resolvidas. Além disso,
O GDF busca viabilizar o uso do espaço, construído em 2009 e entregue em 2014. Há uma discussão, inclusive, de ser feita uma PPP (Parceira Público Privada) para sua utilização.
