O aumento no número de escorpiões achados na área residencial foi verificado em todo o país. Equipes da Secretaria de Saúde intensificaram visitas a residências e orientações à população
A Secretaria de Saúde (SES-DF) vai ampliar as inspeções em imóveis residenciais, após a constatação de aumento em 43,75% no número de acidentes com escorpiões no DF nos primeiros seis meses de 2025. As ações incluem visitas para identificar possíveis esconderijos do animal tanto no interior quanto nos quintais das casas.
Na última sexta-feira (18), as equipes estiveram na Asa Norte para verificar as casas da Superquadra 711 Norte. Os escorpiões são aracnídeos e podem ser encontrados nas zonas tropicais e subtropicais do mundo.
Durante as ações, os profissionais orientam os moradores sobre medidas de prevenção e controle, como a instalação de vedação nas portas, colocação de telas nos ralos, controle de baratas — principal fonte de alimento dos escorpiões — e a eliminação de entulhos e restos de materiais de construção. As medidas visam à segurança da população diante da maior incidência de acidentes com escorpiões em determinadas épocas do ano.
"São visitas domiciliares tanto em relação à dengue quanto a animais peçonhentos e outros animais sintomáticos. Além disso, a gente também atende os canais de ouvidoria do GDF", explica a agente de vigilância ambiental em saúde Ranny Keatlyn de Oliveira. "Estamos aumentando as nossas vistorias, tanto com as visitas domiciliares, quanto com o atendimento da ouvidoria".
Aumento no número de casos
De janeiro a junho, foram registrados 2.073 casos de acidentes com escorpiões no Distrito Federal, o que representou um salto de 43,75%. No mesmo período do ano passado, foram 1.442 ocorrências. No segundo trimestre deste ano, foram registrados 1.146 acidentes, superando os 927 do primeiro trimestre.
Em todo o ano de 2024, foram 3.517 casos, com distribuição praticamente igual entre homens e mulheres, e com maior concentração de vítimas entre 20 e 49 anos.
O biólogo da Secretaria de Saúde Israel Moreira explica que os casos estão aumentando em todo o país. "Um conjunto de fatores pode explicar o crescimento nos últimos anos. São eles: a elevação da temperatura, a alteração dos regimes de chuvas, o crescimento desordenado das cidades, o descarte irregular de resíduo sólido, a falta de produtos químicos eficazes para o controle no ambiente domiciliar e a desinformação acerca das medidas preventivas e de controle", enumera.
Escorpiões não vêm pelo ralo
A agente Ranny reforça as orientações: "A maioria da população pensa que os escorpiões acessam as casas por meio de ralos, mas o animal gosta de ambientes úmidos, mas não com água. Então, muito dificilmente ele vai entrar na casa por meio de um ralo que esteja em uso constante. É importante deixar fechado, mas o principal local de acesso vai ser por meio dos condutores elétricos".
Ranny aconselha a população a passar um pente-fino nas casas. "Olhar se as tomadas estão bem-encaixadas, ver se tem algum buraquinho que esteja saindo no fio, que esteja um pouco aberto, se as lâmpadas e luminárias estão bem-encaixadas e tentar vedar esses conduítes elétricos para evitar que os escorpiões entrem nas casas", enumera.
Ranny Keatlyn de Oliveira: "Para o escorpião a gente não tem uma dedetização específica, então o que que a gente vai fazer? Tentar fazer a dedetização voltada às baratas, que são o principal alimento deles"
A presença de baratas no ambiente também é apontada pela agente como um fator que merece atenção. "Para o escorpião a gente não tem uma dedetização específica, então o que que a gente vai fazer? Tentar fazer a dedetização voltada às baratas, que são o principal alimento deles. Expulsando as baratas, a gente acaba também expulsando o escorpião porque ele vai buscar alimento em outros lugares", conclui.
A recomendação é que, ao encontrar um escorpião em casa, o morador entre em contato com a Vigilância Ambiental, por meio do número 162, ou registrando um chamado na Ouvidoria pelo sistema Participa DF.