Por: William França

BRASILIANAS | 'Atuar na Rodoviária não será um bom negócio para os bandidos', afirma gestor

Os fiscais de plataforma, com seus coletes verdes, são os funcionários da Concessionária Catedral responsáveis pelo bom funcionamento do terminal | Foto: Divulgação/Semob-DF

Os cuidados com a segurança pública vão além da vigilância contra tráfico de drogas, prostituição ou venda de bebidas. Passam pelo zelo com pessoas em situação de rua, ambulantes e até ciclistas

Segurança, aliás, "é uma das preocupações centrais da Concessionária Catedral", afirma o novo gestor, Enrico Capecci. Antes mesmo de receber a concessão, a empresa instalou um centro de operações, com 62 câmeras com reconhecimento facial, e firmou convênio com a Secretaria de Segurança Pública do DF. Todos os pontos do terminal agora são cobertos pela vigilância eletrônica e as imagens ficam registradas num Centro Operacional, que tem compartilhamento de dados com a polícia.

Foi a partir dessas imagens que, na semana passada, a Polícia Civil desencadeou uma operação contra o tráfico de drogas no terminal e prendeu 13 pessoas, sendo 10 homens, todos com idade entre 22 e 35 anos.

"Aos poucos, os bandidos vão entender que não é bom negócio para eles atuarem na Rodoviária, porque serão identificados. E presos", afirmou Enrico.

Macaque in the trees
A central de monitoramento instalada na Rodoviária conta com câmeras que fazem o reconhecimento facial | Foto: Divulgação/Semob-DF

Moradores de rua e ambulantes

Outras das preocupações da Catedral abrangem as pessoas em situação de rua, já que muitos "se hospedam" em meio às lojas e ônibus, ou nos corredores. Para minimizar a situação, Enrico disse que já firmou parceria com algumas ONGs, como o "Sopa da Fé" e a "Banho do Bem", para que esses moradores tenham acolhimento. "Não vamos expulsar ninguém", assegurou o gestor.

Segundo eles, os fiscais de plataforma - que são identificados por um colete verde, com faixas refletivas - foram treinados para tratarem adequadamente essas pessoas. O cuidado com os ambulantes são outra preocupação.

Para contê-los e evitar que fiquem nas plataformas, a Catedral conta com o apoio da Secretaria da DF Legal e da Polícia Militar do DF, mas espera que o GDF consiga uma solução mais duradoura para o problema, que os retire da região central.

Alertado por esta coluna de que "a convivência" dos ambulantes na Rodoviária é um problema antigo, Enrico assegura que tem sensibilidade com o tema e que não pretende criar problemas para a cidade.

"Temos um grupo de 128 ambulantes que querem se regularizar. Vamos priorizar esse grupo", destacou. Entre as propostas, está a de cessão de barracas ou tendas dentro do próprio terminal, dentro de áreas específicas e de um modelo padronizado.

Também é o caso dos guardadores de carro, ou "flanelinhas" , que atuam nos estacionamentos que agora fazem parte da concessão. "Estamos conversando com cada um deles e cadastrando todos. Quem quiser, poderá nos ajudar no controle dos estacionamentos", explicou.

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A Polícia Militar do DF participa da segurança do terminal, por meio de convênio da concessionária e a Secretaria de Segurança Pública | Foto: Divulgação/Semob-DF

Ciclistas ganharão espaço

O gestor da Concessionária Catedral, Enrico Capecci, contou a "Brasilianas" que recebeu sugestões de um ciclista para melhorar o acesso de usuários de bicicletas, que têm dificuldades de subir e descer as escadas com o veículo, construindo uma rampa. Daí, decidiu estudar melhor o assunto e disse que vai convidar a ONG "Rodas da Paz" para discutir quais outras mudanças ou melhorias poderão ser feitas no terminal para atender aos usuários das bikes.

A ONG Rodas da Paz, organização apartidária e sem fins lucrativos, foi instituída em 2003 com o objetivo de reagir à violência e ao crescente número de acidentes e mortes no trânsito do Distrito Federal. Desde então, promove ações para a conscientização em prol de um trânsito seguro para todos, com especial atenção para os usuários da bicicleta.