Os cuidados com a segurança pública vão além da vigilância contra tráfico de drogas, prostituição ou venda de bebidas. Passam pelo zelo com pessoas em situação de rua, ambulantes e até ciclistas
Segurança, aliás, "é uma das preocupações centrais da Concessionária Catedral", afirma o novo gestor, Enrico Capecci. Antes mesmo de receber a concessão, a empresa instalou um centro de operações, com 62 câmeras com reconhecimento facial, e firmou convênio com a Secretaria de Segurança Pública do DF. Todos os pontos do terminal agora são cobertos pela vigilância eletrônica e as imagens ficam registradas num Centro Operacional, que tem compartilhamento de dados com a polícia.
Foi a partir dessas imagens que, na semana passada, a Polícia Civil desencadeou uma operação contra o tráfico de drogas no terminal e prendeu 13 pessoas, sendo 10 homens, todos com idade entre 22 e 35 anos.
"Aos poucos, os bandidos vão entender que não é bom negócio para eles atuarem na Rodoviária, porque serão identificados. E presos", afirmou Enrico.
Moradores de rua e ambulantes
Outras das preocupações da Catedral abrangem as pessoas em situação de rua, já que muitos "se hospedam" em meio às lojas e ônibus, ou nos corredores. Para minimizar a situação, Enrico disse que já firmou parceria com algumas ONGs, como o "Sopa da Fé" e a "Banho do Bem", para que esses moradores tenham acolhimento. "Não vamos expulsar ninguém", assegurou o gestor.
Segundo eles, os fiscais de plataforma - que são identificados por um colete verde, com faixas refletivas - foram treinados para tratarem adequadamente essas pessoas. O cuidado com os ambulantes são outra preocupação.
Para contê-los e evitar que fiquem nas plataformas, a Catedral conta com o apoio da Secretaria da DF Legal e da Polícia Militar do DF, mas espera que o GDF consiga uma solução mais duradoura para o problema, que os retire da região central.
Alertado por esta coluna de que "a convivência" dos ambulantes na Rodoviária é um problema antigo, Enrico assegura que tem sensibilidade com o tema e que não pretende criar problemas para a cidade.
"Temos um grupo de 128 ambulantes que querem se regularizar. Vamos priorizar esse grupo", destacou. Entre as propostas, está a de cessão de barracas ou tendas dentro do próprio terminal, dentro de áreas específicas e de um modelo padronizado.
Também é o caso dos guardadores de carro, ou "flanelinhas" , que atuam nos estacionamentos que agora fazem parte da concessão. "Estamos conversando com cada um deles e cadastrando todos. Quem quiser, poderá nos ajudar no controle dos estacionamentos", explicou.
Ciclistas ganharão espaço
O gestor da Concessionária Catedral, Enrico Capecci, contou a "Brasilianas" que recebeu sugestões de um ciclista para melhorar o acesso de usuários de bicicletas, que têm dificuldades de subir e descer as escadas com o veículo, construindo uma rampa. Daí, decidiu estudar melhor o assunto e disse que vai convidar a ONG "Rodas da Paz" para discutir quais outras mudanças ou melhorias poderão ser feitas no terminal para atender aos usuários das bikes.
A ONG Rodas da Paz, organização apartidária e sem fins lucrativos, foi instituída em 2003 com o objetivo de reagir à violência e ao crescente número de acidentes e mortes no trânsito do Distrito Federal. Desde então, promove ações para a conscientização em prol de um trânsito seguro para todos, com especial atenção para os usuários da bicicleta.