Infelizmente, ave do plantel do Zoo Brasília contraiu a doença viral. Recinto onde se encontrava o Emu passou por higienização e desinfecção especial
Lamentavelmente, o laudo técnico divulgado nesta segunda-feira (16) confirmou a presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP - H5N1) em uma ave nativa da Austrália, da espécie Emu (Dromaius novaehollandiae), pertencente ao plantel do Jardim Zoológico de Brasília.
A ave (que teve de ser sacrificada quando do diagnóstico, no dia 11 de junho) não tinha nome. Ela tinha nascido no Zoo em 2011 - tinha, portanto, 14 anos. Pertence ao projeto de conservação e reprodução das espécies, desenvolvido pela entidade.
A suspensão das visitas públicas ao Zoo permanece em vigor, agora por tempo indeterminado. Ontem, o Zoo disse a "Brasiianas" que "todas as aves estão sendo monitoradas, mas não há, por enquanto, outras com sintomas." Felizmente, afirma esta coluna!
A amostra foi coletada no dia 11 de junho e analisada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP). O resultado foi oficialmente comunicado à Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O Emu foi a segunda ave contaminada com o virus da Influenza Aviária na área do Zoo Brasília, num prazo de 20 dias. A primeira foi um Irerê, uma espécie de pato selvagem, de vida livre, que usava o Zoo como ponto de descanso e alimentação. O Irerê foi encontrado morto no dia 28 de maio, junto com um pombo - que não apresentava o vírus.
Plano de contingência
Desde a notificação da suspeita inicial, em 28 de maio, a Seagri-DF vem intensificando as ações preventivas para evitar a propagação do vírus no Distrito Federal. Com a confirmação do novo caso, permanecem em vigor as medidas previstas no Plano de Contingência para Emergências Zoossanitárias do Mapa, que estão sendo aplicadas em todo o território.
No zoológico, o recinto onde se encontrava a ave infectada passou por higienização e desinfecção, e as medidas de biossegurança seguem sendo rigorosamente adotadas, com vigilância permanente em todos os recintos.
A suspensão das visitas ao público permanece em vigor por tempo indeterminado. A Seagri-DF continua atuando em parceria com órgãos governamentais e o setor privado para fortalecer a comunicação e a mobilização da sociedade na detecção precoce e no controle da doença em todo o Distrito Federal.
Entre as ações em curso, o Serviço Veterinário Oficial do Distrito Federal (SVO-DF) está reforçando a fiscalização em áreas classificadas como de maior risco para a disseminação da influenza aviária.
As inspeções estão sendo priorizadas em propriedades próximas a granjas comerciais, lagos, barragens e parques — ambientes considerados estratégicos para a entrada e a eventual propagação do vírus por meio de aves silvestres.
Segurança alimentar está garantida
A Seagri-DF reforça que a influenza aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos devidamente inspecionados, garantindo à população e ao mercado consumidor que esses produtos continuam seguros para o consumo humano. O risco de infecção em pessoas é considerado baixo e está, prioritariamente, associado a profissionais que mantêm contato direto e frequente com aves doentes, vivas ou mortas.
É importante destacar que a ocorrência da doença em aves silvestres ou de subsistência não altera o status sanitário do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), nem afeta as exportações nacionais de carne e ovos, uma vez que não envolve granjas comerciais.