Por: William França

BRASILIANAS | Número de católicos reduz 7,5% no DF, afirma IBGE

Eventos da religião católica, como a celebração de Pentecostes, reúne milhares de fiés | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Entre 2010 e 2022, houve aumento de 3,1% de brasilienses evangélicos. Também houve aumento nos que declaram não ter religião. Dados do IBGE de 2022 refletem os mesmos levantados na PDAD-A de 2024, pesquisados pelo IPE-DF

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Resultados do Censo 2022 no DF demonstram redução no número de católicos e avanço entre evangélicos | Foto: IBGE - Censo 2022

Resultados do detalhamento do Censo Demográfico 2022, divulgados na última sexta-feira (6) pelo IBGE, com o recorte na religião declarada pelos entrevistados, confirmou os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (PDAD-A) de 2024, feita pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF), divulgada em abril.

Ambas as pesquisas indicaram que os praticantes da religião católica não representam mais a maioria dos brasilienses. Na pesquisa do IBGE, os católicos somaram 49,7% em 2022. Já a PDAD, feita dois anos depois, indicou um percentual ainda menor: 46,8% se declararam católicos.

Segundo o IBGE, a partir da comparação entre os censos de 2010 e 2022 (considerando a população com 10 anos ou mais de idade), houve redução na participação de católicos apostólicos romanos no Distrito Federal, saindo de 57,2% em 2010, para 49,7% em 2022, redução de 7,5 pontos percentuais.

A PDAD-A de 2024 trouxe pela primeira vez a pesquisa por religião, o que não permite essa análise comparativa. Mas, a partir dela, pode-se afirmar que a maior parte dos católicos do DF reside na Candangolândia (57,2%), no Lago Sul (56,5%), no Park Way (54,6%), no Cruzeiro (54,3%) e em Taguatinga (53,9%).

Na ponta oposta, a Região Administrativa menos católica é o Varjão (34,2% da população), seguida pelo Paranoá (34,9%), SCIA/Estrutural (35,4%), Sol Nascente e Pôr do Sol (36,8%) e Fercal (37.3%).

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Milhares de fiéis se reuniram na Esplanada dos Ministérios para uma celebração evangélica | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Evangélicos crescem no DF

Por outro lado, o Censo 2022 do IBGE observou o aumento de 3,1 pontos percentuais entre os evangélicos, passando de 26,1% em 2010 para 29,2% em 2022.

Esse resultado é bastante próximo ao obtido pela PDAD-A de 2024, que revelou que 28,3% dos brasilienses se declaram evangélicos. Mas há Regiões Administrativas com percentual muito mais alto de evangélicos, como em Água Quente (41%). As regiões administrativas do SCIA/Estrutural e a do Paranoá trazem um dado relevante: em ambas, há mais evangélicos do que católicos.

No SCIA/Estrutural, 40,8% se disseram evangélicos frente a 35,4% de católicos. No Paranoá, as duas religiões têm percentuais muito próximos: evangélicos são 35,2% e os católicos somam 34,9%.

No Riacho Fundo II, 38,1% se declararam evangélicos. O percentual também é alto no Recanto das Emas (35,8%) e no Paranoá (36,2%).

Aumento entre os que se dizem sem religião

Entre as Unidades da Federação, segundo o IBGE o Distrito Federal registrou a sexta maior proporção de pessoas que se declararam sem religião (11,3%) em 2022, apresentando aumento de 2,1 pontos percentuais, se observado o Censo de 2010.

A PDAD-A de 2024 indicou um percentual ainda maior: 17,7% dos brasilienses afirmaram não ter religião. Por Região Administrativa, algumas aparecem bem acima da média, como o Varjão (com 36,5%) e Samambaia (35,5%). Outras RAs também têm número expressivo de brasilienses sem religião, como a Fercal (25,6%), Arapoanga (24,2%) e Lago Norte (23,5%).

Dados sobre espíritas e religiões afro

No Distrito Federal, os dados censitários do IBGE de 2022, também indicaram um pequeno declínio na religião espírita (-0,4 pontos percentuais), passando de 3,7% em 2010, para 3,3% em 2022.

Na PDAD-A de 2024, os espíritas representaram 3,3% da população do DF e estão em sua maioria no Sudoeste/Octogonal (9,4%), no Lago Norte (8,5%) e no Plano Piloto (8,2%).

O censo do IBGE revelou, por outro lado, que houve aumento na religião umbanda e candomblé, que saiu de 0,2% em 2010, para 0,9% em 2022, crescimento de 0,7 pontos percentuais.

Os dados do IBGE de 2022 são iguais aos que foram revelados pela PDAD-A de 2024 para esse grupo religioso: os seguidores de religiões de matriz africana representaram os mesmos 0,7% da população brasiliense.

Entre as Regiões Administrativas, o Plano Piloto (com 1,4% da população) é a a mais representativa.