GDF determina fechamento temporário do Zoo como medida de segurança. Amostras das aves foram enviadas para investigação de suspeita de gripe aviária
O Governo do Distrito Federal informou ontem, por meio da Agência Brasília, site oficial de notícias, que, por medida de segurança e cautela, o Jardim Zoológico de Brasília estará temporariamente fechado ao público. O fechamento deu-se ontem, após a identificação de um pombo e de um irerê (espécie de pato selvagem) mortos nas dependências do zoológico.
"É importante esclarecer que essas aves são de vida livre, ou seja, não fazem parte do plantel do zoo, mas circulam pelo local em razão da oferta natural de abrigo, água e alimento. O Zoológico de Brasília monitora constantemente a saúde de todos os seus animais e mantém protocolos rigorosos de investigação em casos de óbito", afirma a direção do Zoo, em nota.
Amostras dos animais foram recolhidas pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e foram enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para análise de possíveis casos de gripe aviária.
O fechamento preventivo do Zoo segue os protocolos de biossegurança e tem como objetivo proteger a saúde dos animais, dos colaboradores e dos visitantes. A reabertura do parque será avaliada assim que os resultados laboratoriais forem concluídos e não houver risco à saúde pública.
Sem registro de caso no DF
Em nota, a Agência Brasília reforçou que "não há nenhum outro caso suspeito registrado até o momento, seja entre animais de vida livre ou outras aves no Distrito Federal". Segundo o governo, a Secretaria de Agricultura é o órgão responsável pela sanidade animal no DF e conduzirá toda a investigação, seguindo os protocolos nacionais desenvolvidos pelo Mapa.
Semana passada, o GDF havia proibido a realização de eventos com aves por 90 dias. A portaria nº 176, de 16 de maio de 2025, tratou da suspensão e impede a realização de quaisquer eventos com aglomeração de aves no DF. A medida tem caráter excepcional e visa a prevenir a entrada e disseminação do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no território.
A decisão foi tomada após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarar estado de emergência zoossanitária no município de Montenegro (RS), onde foi confirmado um foco de IAAP em aves comerciais. Com o avanço da doença em território nacional, a Seagri-DF adotou a suspensão como forma de preservar o status sanitário do Distrito Federal, atualmente livre de IAAP e da doença de Newcastle (DNC).
No DF, o setor de avicultura tem grande importância econômica e social, com produção voltada tanto à postura comercial quanto à criação ornamental. "O objetivo do Governo do Distrito Federal é proteger a produção avícola do DF, garantindo segurança sanitária e econômica para o setor", afirma o titular da Seagri, Rafael Bueno.
Apesar de o DF não ter registrado nenhum caso da doença, a Seagri-DF tem intensificado as ações de prevenção. Há dez dias, foi concluído um inquérito sanitário com visitas a todos os aviários comerciais da região. Além disso, o Governo do Distrito Federal (GDF) prorrogou por mais 90 dias a vigência do decreto nº 44.836, de 10 de agosto de 2023, que declara situação de emergência zoossanitária no território.
Como é a avicultura no DF
A subsecretária de Defesa Animal, Danielle Kalkmann, a Seagri-DF recomenda que os criadores mantenham suas aves confinadas em ambientes protegidos, sem acesso a áreas externas abertas ou piquetes, a fim de evitar contato com aves silvestres — que representam risco significativo de transmissão do vírus.
O DF possui uma avicultura expressiva, com destaque para a produção de ovos e a criação de aves ornamentais e de subsistência. A manutenção do status sanitário livre de IAAP e DNC é essencial para o comércio, a segurança alimentar e a saúde pública da região. Em 2024, o setor movimentou cerca de R$ 1 bilhão e gerou aproximadamente 5 mil empregos.
A Seagri-DF reforça que não há risco à saúde humana no consumo de carne de frango e ovos devidamente inspecionados. A gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos cozidos, mesmo quando provenientes de áreas afetadas. A transmissão do vírus ocorre apenas por contato direto com aves vivas infectadas, sendo o risco de infecção humana considerado baixo.
Não há risco à saúde humana
A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural ressalta que não há risco à saúde humana no consumo de carne de frango e ovos devidamente inspecionados. A gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos cozidos, mesmo quando provenientes de áreas afetadas. A transmissão do vírus ocorre apenas por contato direto com aves vivas infectadas, sendo o risco de infecção humana considerado baixo.