QUEM É O BRASILIENSE (II)
Pesquisa mostra que disparou o número de divorciados ou separados no DF. E que a população negra (soma de pretos e pardos) soma 56,2% dos moradores
Na segunda rodada sobre o perfil do brasiliense, organizada por 'Brasilianas', pode-se constatar que a população do DF está um pouco mais velha do que esteve há dois anos. Sete meses a mais, na média: tem 34 anos e sete meses. Mas, ainda assim, continua muito jovem, inclusive se comparada à população de todo o Brasil. Segundo os dados do Censo 2024, a idade média da população brasileira é de 35,5 anos.
Esta é uma das comparações possíveis a partir dos dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (PDAD-A) de 2024, feita pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF), divulgada em abril. Como desta vez os dados foram separados por Região Administrativa (RA), é possível elencar quais das 35 RAs são as regiões mais ou menos expressivas em cada um dos pontos revelados.
Assim, descobre-se que a RA com pessoas mais velhas é o Lago Sul, com os moradores tendo média de 44,6 anos. Numa espécie de empate técnico, aparecem o Plano Piloto, o Sudoeste/Octogonal, Lago Norte e Park Way, com média próxima a 40 anos.
E, na ponta oposta, aparece a RA da SCIA/Estrutural como a que mais abriga jovens, que têm idade média de 27,6 anos. Certamente, resultado do número de crianças em cada domicílio, que é maior nessas localidades. Além dessa RA, apenas o Varjão, o Sol Nascente/Pôr do Sol e o Itapoã têm população com idade média inferior a 30 anos.
Os homens no DF correspondem a 47,6% da população. Neste quesito, a maioria dos moradores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) são do sexo masculino, correspondendo a 65,8%. Num percentual bem mais baixo, aparece em segundo lugar o Plano Piloto - num empate técnico com o Núcleo Bandeirante - com 54% da população formada por homens. Águas Claras e Lago Norte também estão bem próximos dos percentuais dos segundos colocados.
Se tem mais homens, tem menos mulheres. Elas reinam soberanas no Cruzeiro (com 55,1% da população), que puxa uma lista com outras 15 RAs com o número de mulheres maior do que a média do DF, que é de 52,4%. Em relação à PDAD de 2021, houve um crescimento tímido no número de mulheres: 0,2% da população. Mas elas continuam liderando.
Sobre a cor da pele
Quando as pessoas declaram a cor de sua pele, o Distrito Federal tem 56,2% dos moradores considerados negros. No contexto do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população negra é definida como o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas. Esta definição é utilizada em pesquisas e dados estatísticos do instituto para analisar e comparar características socioeconómicas e outras variáveis demográficas da população brasileira.
Se for feita a análise de forma separada, a RA com mais pessoas autodeclaradas pardas é Sobradinho II (62,2%), seguida pelo Fercal e Planaltina. As três têm cerca de 60% da população parda, bem acima da média do DF, que é de 44,6%.
Quando são consideradas as pessoas que se declaram pretas, o Recanto das Emas é a região administrativa que mais teve esse registro: 19,7% dos moradores. É seguido de perto pelo SCIA/Estrutural e pela caçula Arapoanga, com mais de 18% da população preta. Em todo o DF, a média é de 11,6%.
As pessoas autodeclaradas brancas são maioria no Lago Sul (76,8%), Sudoeste/Octogonal e Lago Norte, seguidas de perto pelo Plano Piloto e pelo Park Way. Todos com mais de 60% nesta condição. A média de pessoas autodeclaradas brancas no DF é de 40%.
A fé do brasiliense
Uma das novidades da pesquisa 2024 é quanto a fé do brasiliense. Não há uma fé que reúna a maioria, mas dentre os que declararam ter religião, os católicos ainda são a maior parcela no DF, somando 46,8% dos brasilienses. A maior parte dos católicos está na Candangolândia (57,2%), no Lago Sul e no Park Way.
Os que se declaram evangélicos somam 28,3% da população do DF. Mas há regiões com percentual muito mais alto, como em Água Quente (41%). As regiões administrativas do SCIA/Estrutural e a do Paranoá trazem um dado relevante: em ambas, há mais evangélicos do que católicos.
No SCIA/Estrutural, 40,8% se disseram evangélicos frente a 35,4% de católicos. No Paranoá, as duas religiões têm percentuais muito próximos: evangélicos são 35,2% e os católicos somam 34,9%.
O número de pessoas que declaram não ter religião soma uma fatia expressiva: 17,7% da população, em média. Mas, no Varjão (36,5%) e em Samambaia (35,5%), os percentuais são quase o dobro da média do DF.
Na ponta oposta, a região de Taguatinga foi a que menos registrou pessaos que declararam não ter nenhuma religião: 11,4%.
Os que seguem o espiritismo (3,3% da população do DF) estão em sua maioria no Sudoeste/Octogonal (9,4%), no Lago Norte (8,5%) e no Plano Piloto (8,2%).
Casados x solteiros
Se comparado com a pesquisa anterior, de 2021, aumentou o percentual de pessoas solteiras no DF. Passou de 43,5% em 2021 para 44,7% em 2024. E, por sua vez, diminuiu o número de casados, que somavam 46,5% e agora são 45,5% em 2024. Um ponto percentual é equivalente a aproximadamente 30 mil pessoas.
Os solteiros são a maioria do estado civil registrado no Varjão (57,2%), no SCIA/Estrutural (55,4%) e em Brazlândia (54,9%).
Já os casados são a grande maioria dos que moram no Jardim Botânico (58,2%). Lago Norte, Águas Claras, Lago Sul e Park Way têm um empate técnico, todos com mais de 50% neste formato familiar.
No DF, 6,2% das pessoas se declararam divorciadas ou separadas. Um percentual significativamente maior do que o dado registrado em 2021, que era de 4,8% da população. O maior número das pessoas neste estado civil moram no Sudoeste/Octogonal, Sobradinho II e Guará.
Já o Cruzeiro abriga o maior número de pessoas viúvas: 8%. Depois, aparecem Ceilândia, Taguatinga, Núcleo Bandeirante e Candangolândia, em empate técnico. No DF, a população que se declarou viúva foi de 3,6% - um percentual menor do que em 2021, que somava 4,2% da população.