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DF: ato denuncia gestão da cultura

Artistas falam em crise na gestão da cultura pelo governo | Foto: Thamy Frisselli/Frente Unifi cada da Cultura do DF

Por Mateus Lincoln

Na tarde de terça-feira (21), profissionais da área cultural se reuniram na Biblioteca Nacional, em Brasília, para protestar contra a gestão da cultura no Distrito Federal. O ato foi organizado pela Frente Unificada da Cultura do DF, que, segundo a própria organização, busca chamar a atenção para a precarização e os problemas enfrentados pelo setor.

Mesmo com o tempo chuvoso, o evento contou com a presença de diversos representantes da cena cultural brasiliense e também de autoridades políticas.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) esteve presente e participou de uma ciranda que teve o objetivo de denunciar o que os manifestantes consideram uma gestão ineficiente e uma política pública inadequada para a cultura local.

Rita Andrade, ativista, produtora e uma das organizadoras do protesto, destacou a importância da mobilização.

"Simbolizamos a voz dos artistas de diversas áreas, como cinema, música, artes cênicas e artesanato", explicou.

Ela ressaltou que a iniciativa não se limitou à manifestação, mas visou também influenciar as discussões no Conselho de Cultura do DF. Segundo Andrade, os problemas na gestão cultural não são apenas uma questão de incompetência, mas parte de uma política que precariza o setor.

"Há recursos e políticas públicas em circulação, mas a situação continua difícil para os trabalhadores da cultura", afirmou.

Andrade informou que, na última segunda-feira (20), ela e outros integrantes da Frente estiveram no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) para protocolar um relatório que detalha as denúncias.

"Um representante do Ministério da Cultura (MinC), que estava conosco em outra reunião com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que corremos o risco de perder 50% do recurso da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) referente a 2024 e 100% dos recursos referentes a 2025", alertou ela.

Além disso, a Frente Unificada da Cultura também divulgou uma nota em que denuncia diversos problemas enfrentados. Um dos pontos mais críticos é a ameaça de redução de 21,7% no orçamento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que passaria de R$ 100,4 milhões para R$ 78,7 milhões.

A redução, conforme alertado no texto, significaria o cancelamento de eventos culturais gratuitos em diversos espaços públicos, como praças, feiras, escolas e até hospitais.

Procurada pela equipe do Correio da Manhã, a assessoria da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF reconheceu a realização do ato, mas que se manifesteriam depois à reportagem.