Fernanda Torres no Festival de Veneza do ano passado. Atriz retorna ao evento italiano como integrante do júri | Foto: Fiorenzo De Luca/Festival de Veneza
Coroada com 54 láureas internacionais e uma bilheteria estimada em US$ 36 milhões, a rota da vitória que conduziu "Ainda Estou Aqui" (hoje no Globoplay) ao Oscar começou exatamente há um ano, no Festival de Veneza, evento italiano para onde a estrela do filme de Walter Salles regressa nesta quarta-feira, agora como jurada.
Em 2024, a adaptação do romance biográfico de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice, advogada e ativista, saiu de lá com o prêmio de Melhor Roteiro, em 7 de setembro ano passado. Em janeiro, Fernanda ganhou o Globo de Ouro, das mãos de Viola Davis, e naquele mesmo mês foi indicada à estatueta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pelo longa-metragem que vendeu 5,8 milhões de ingressos em terras nacionais.
Rugidos na cidade das gôndolas
Toni Servillo em 'La Grazia', de Paolo Sorrentino: O sucesso da dupla em outros trabalhos inaugurou uma nova fase para a Itália no cinema, conhecida como Renascimento | Foto: Divulgação
Prestes a rodar "Os Corretores", do diretor carioca Andrucha Waddington (seu companheiro), Fernanda integra o júri do Leão de Ouro de 2025 ao lado da atriz chinesa Zhao Tao, da diretora italiana Maura Delpero e de mais três cineastas: o francês Stéphane Brizé, o romeno Cristian Mungiu e o iraniano Mohammad Rasoulof. Completa essa claque de artistas o realizador americano Alexander Payne (de "Os Rejeitados" e "Nebraska"), que preside o coletivo.
George Clooney em 'Jay Kelly' | Foto: Fotos: Divulgação
Logo que foi indicada para o Oscar, Fernanda conversou com o Correio da Manhã sobre a força simbólica de "Ainda Estou Aqui" para a população brasileira e sua arte: "Fui só alegria no roteiro, porque fiquei muito impressionada com a capacidade que (os roteiristas) Murilo (Haurser) e Heitor (Lorega) tiveram para escolher, naquele livro imenso do Marcelo, um corte que pula 26 anos e depois pula mais dez. É muito difícil. O trabalho da gente foi ajustar a Eunice na passagem da primeira fase para a segunda, para que a segunda tivesse uma razão de existir. Acho que o trecho mais difícil de acertar - que foi para lá, foi para cá, teve mil retornos - foi a segunda parte, ali em São Paulo, onde ela recebe o atestado de óbito do Rubens".
'Frankenstein', de Guillhermo Del Toro | Foto: Divulgação
Kleber Mendonça Filho, diretor pernambucano premiado em Cannes com "O Agente Secreto", que pode ser a nossa escolha para o Oscar 2026, integrou o júri veneziano de 2024, sob a liderança da atriz francesa Isabelle Huppert. Este ano não há longas brasileiros no certame, que tem como um de seus principais chamarizes a comédia dramática da Netflix "Jay Kelly", na qual George Clooney vive um astro em crise ao lado de um agente abilolado, interpretado por Adam Sandler, num desempenho que, para muitos, é um convite a prêmios. A principal aposta para o Leão é "Frankenstein", de Guillermo Del Toro, com Oscar Isaac e Jacob Elordi.
'Pai, Mãe, Irmã, Irmão', de Jim Jamursch | Foto: Divulgação
Para a abertura do festival, o curador artístico convocou a prata da casa, Paolo Sorrentino, que ganhou o Oscar em 2014 com "A Grande Beleza". O cineasta e seu ator fetiche, Toni Servillo, voltam agora com "La Grazia". É uma história de amor ligada à esfera política.
'O Sol Nasce Sobre Todos Nós', de Ri Gua Zhong Tian | Foto: Divulgação
Veneza termina no dia 6 de setembro, com a premiação.