Por Leandra Lima e
Hugo Petersen
O cenário político de Três Rios está passando por um momento delicado, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferir o registro da candidatura do até então prefeito do município, Joacir Barbaglio (Republicanos) - "Joa" em julho, por conta de atos de improbidade administrativa, enquanto era vereador.
O político foi o mais votado no pleito de 2024. Diante da decisão, uma eleição suplementar será realizada no dia 5 de outubro, e a chapa vencedora exercerá o mandato até 31 de dezembro de 2028. O reflexo do veredito já ecoa nas instâncias políticas da cidade trirriense, novas figuras visam ingressar na corrida eleitoral, como a vereadora Beatriz Bogossian (PSD), que anunciou a pré-candidatura.
Bia Bogossian, tem 28 anos, está no segundo mandato na Câmara Municipal de Três Rios. Eleita com 23 anos, foi uma das quatro mulheres eleitas para integrar o quadro de vereadores municipais. A parlamentar é jornalista e mestre em política pública formada pelo RenovaBR Cidades.
Em entrevista para o Correio Petropolitano Debate, sobre a situação ela indaga que é importante que o fato não prejudique os cidadãos, "estamos passando por uma coisa inédita na política municipal e, antes de tudo, precisamos garantir que esse cenário de instabilidade não cause impactos negativos nos serviços públicos que chegam à população".
Bogossian destaca que é importante pensar em novidades e no que pode ser feito para manter as questões sociais na frente e promover melhorias em diversos setores básicos, como a saúde e a educação. A candidata ressalta que está trabalhando em um plano de governo que direciona o olhar para setores básicos deficitários, como segurança pública, já que o município vem sofrendo uma onda de violência ligada a crimes hediondos, como homicídio e feminicídio. Segundo a vereadora, os servidores que atuam na pasta são desvalorizados, e além disso, o alinhamento das ações com o Governo do Estado também é considerado deficitário.
Com isso, outras áreas sofrem com os impactos desse problema, como a saúde. "Hoje o desafio da pasta na cidade é muito grande, principalmente por ser um atendimento regional, não temos verbas necessárias para poder dar conta. Apesar disso, não pode ser uma desculpa, pois temos um orçamento de R$500 milhões, o que falta para organizar essa estrutura é boa gestão", disse Bia Bogossian. Outra tribulação, é a questão dos amontoados de exames, que é necessário desafogar.
Na educação básica, a pré-candidata enfatizou a nova medida conquistada pelo mandato, a aplicação da prova PISM, vestibular de ingresso na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no município. "Essa implementação vai trazer uma movimentação econômica para a cidade, principalmente para os comerciantes e a rede hoteleira", contou.
Sobre todas as possibilidades, a pré-candidata ainda afirma que está animada, mesmo neste momento complicado, pois muitas vezes, em situações de crise, oportunidades de mudança e melhora podem surgir para a cidade.