O morro do Santa Marta, em Botafogo, se prepara para receber uma experiência cinematográfica inédita. Neste sábado e domingo (21 e 22), a quadra da Mocidade Unida do Santa Marta será transformada em uma grande sala de cinema a céu aberto, recebendo pela primeira vez o Curta na Praça - Mostra Nacional de Cinema Infantojuvenil. Serão duas noites de imersão cultural no audiovisual brasileiro com entrada gratuita, pipoca, refrigerante e uma programação especialmente pensada para crianças, jovens e famílias.
A mostra itinerante, que já passou com sucesso pelos bairros do Lins, Madureira, Leme e Tijuca, reunindo milhares de espectadores, encerra sua temporada carioca de 2025 no Santa Marta. O projeto se consolida como uma experiência cultural democrática, levando o audiovisual nacional para territórios historicamente distantes dos grandes circuitos culturais. A programação contempla 16 curtas-metragens brasileiros de animação e ficção, oriundos de 11 estados diferentes, abordando temas contemporâneos como racismo, imigração, capacitismo e bullying através de narrativas sensíveis e educativas.
"Levar o cinema para espaços públicos, muitas vezes esquecidos pelos grandes circuitos culturais, é também um gesto político e poético. É ocupar o território com encantamento e reflexão", destaca Juliana Teixeira, atriz que idealiza e coordena o evento através da Associação Caminho da Cultura. O projeto, que emprega mais de 20 pessoas das próprias localidades visitadas como equipe de produção e fornecedores, reafirma sua vocação de promover não apenas acesso cultural, mas também impacto socioeconômico nas comunidades.
Entre os destaques da programação estão produções que revelam a diversidade temática e geográfica do cinema brasileiro contemporâneo. "Contos Mirabolantes: O Olho do Mapinguari", dos paraenses Andrei Miralha e Petrônio Medeiros, mergulha no folclore amazônico, enquanto "Meu Nome é Maalum", da carioca Luísa Copetti, traduz a questão do bullying em linguagem lúdica e educativa. O combate ao racismo ganha força com "Lily's Hair", do goiano Raphael Augusto, e "Dela", do baiano Bernard Attal, ambos pensados para despertar consciência crítica desde a infância. Já "O Véu de Amani", da brasiliense Renata Diniz, amplia o debate para questões étnicas e religiosas, demonstrando como o cinema infantojuvenil brasileiro tem se dedicado a temas sociais relevantes.
A acessibilidade constitui um dos pilares fundamentais da mostra. Todos os filmes contam com legendagem descritiva e janela com intérprete em libras, garantindo que pessoas com deficiência auditiva possam participar plenamente da experiência. As sessões acontecem nos dois dias às 18h30 e 20h, com capacidade para 250 pessoas cada, totalizando até 2 mil espectadores no fim de semana. Ao término de cada sessão, debates e quizzes com distribuição de brindes prometem estender a experiência cultural, transformando o cinema em ferramenta de reflexão coletiva.
SERVIÇO
CURTA NA PRAÇA - 12ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA INFANTOJUVENIL
Quadra da GRES Mocidade Unida do Santa Marta (Rua Jupirá, 72 - Botafogo)
21 e 22/6, às 18h30 e 20h
Entrada gratuita com pipoca e refrigerante