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Uma bala chamada desejo

A pandemia abalou a confiança de muitos artistas. Mas quatro jovens cantautores fizeram dela matéria-prima para um dos projetos mais interessantes da MPB nos últimos anos. Estamos falando de Bala Desejo, que poderia também se chamar Quarteto Fantástico. A força criativa de Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra rendeu dezenas de shows e participações em festivais no Brasil e no exterior. Nesta sexta (29), o Bala levao ao Circo Voador seu Bala Baile Show, um espetáculo inédito no qual o coletivo se cerca de convidados especiais e um repertório que mistura músicas autorais e releituras de colegas como Ana Frango Elétrico, Rubel e Tim Bernardes.

Amigos desde a época da escola, os quatro tocavam suas carreiras próprias: Dora integrava o grupo vocal Zanzibar, Julia compunha músicas para seu trabalho solo, enquanto Zé e Lucas produziam o segundo álbum da banda Dônica, que integram com Tom Veloso, André Almeida e Rodrigo Parcias.

Os quatro, porém, começaram a chamar atenção após algumas participações nas lives temáticas no Instagram da cantora Teresa Cristina. O projeto nasceu, rendeu um álbum carnavalesco muito bem recebido e já desponta no line up de festivais como o Coala Festival, Nômande Festival e o Rock in Rio.

As referências tropicalistas são notórias, mas o Bala vai além. "Nossa musicalidade foi construída desde os tempos de escola. Estudamos juntos e crescemos ouvindo discos e compartilhando o que gostávamos. Cada um de nós é o que é hoje muito por conta dessa troca estabelecida desde então. A questão das referências setentistas vem menos por uma questão estética e mais por uma questão dessas entranhas musicais", disse Zé Ibarra, em entrevista ao portal PopLine. "Vivemos em 2022 e nosso álbum, nossas letras e o debate que tentamos abordar no disco é do agora, só nos utilizamos de uma linguagem que amamos e da qual fazemos parte: a MPB", arremata.

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