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Respiradores chineses: uma operação “tamanho G”?

Por Mauro Cardim*

Erros na gestão pública da Bahia não são tão diferentes das que ocorrem em outros estados do Brasil. Mas ninguém poderia imaginar que o mecanismo de esquerda que desenhou com a criação e implantação do Consórcio do Nordeste, envolvendo os governadores da sofrida Região do Nordeste, entraria numa rota de reaproximação com a corrupção tão rápida, mesmo diante dos notáveis resultados obtidos pela Operação Lava Jato, que condenou centenas de político, empresários e servidores públicos por todo o Brasil.

Exatamente na Bahia, de onde grandes empresas, empresários e políticos foram pegos “com a boca na botija”, o Consórcio do Nordeste, que dizem ter nascido com ânsia indisfarçável de se tornar uma “república de resistência efetiva ao Governo Bolsonaro” , se lambuzou no “COVIDÃO” anunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson como um novo sucessor do Mensalão e do Petrolão.

Bastou que apenas a Pandemia chegasse ao país para que fossem decretados “estado de calamidade” em diversos municípios, virando uma espécie de manto protetor legal para acobertar um sem número de desvios com o erário público.

E deu no que deu. Em diversos Estados, como na Bahia, as falcatruas voltaram e avançaram com volúpia, atingindo também Consórcio do Nordeste, presidido pelo governador Rui Costa e responsável maior pela gestão da “central de compras”, salvo novas interpretações.

Não fosse os erros e desvios ocorridos com a compra de equipamentos médicos (respiradores) importados para suprir as demandas no combate ao COVID19, as vultosas somas de dinheiro desviado não seriam identificados pela Polícia Federal, nem divulgado pela imprensa.

E, com descoberta do desvio de dinheiro público, a identificação dos culpados e envolvidos neste esquema de corrupção caiu no colo da gestão do Governo da Bahia, responsável pela negociação e compra dos equipamentos.

O fato é que não se trata de apenas recuperar os milhões desviados no esquema de corrupção, mas de identificar e prender os autores do esquema.
Já se comenta agora que outras compras e negócios realizadas pelo Consórcio do Nordeste ficaram sob suspeita.

No mínimo, até para que o governador Rui Costa continue sustentando com altivez a sua vida pública ilibada, que determine uma auditoria completa e transparente na Central de Compras, seja em relação à cada centavo que foi enviado pelo Governo Federal no combate ao COVID19, seja dos recursos estaduais utilizados até então.

Afinal, os nordestinos querem saber toda a verdade sobre a compra dos respiradores chineses (ou não); sobre as compras do Consórcio Nordeste e torcem para que o governador da Bahia não seja um culpado “tamanho G”.

*Presidente do IMDI –Instituto Metropolitano de Desenvolvimento Econômico, Social e Inovação

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