Dpbea Campinas: 11 anos sem área de isolamento para doenças contagiosas
Há quase um mês, uma vereadora de Campinas (SP) pediu à prefeitura que o Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (Dpbea) da cidade tenha uma área específica de isolamento para animais com doenças contagiosas, que podem ser transmitidas, inclusive, para humanos. O espaço, imprescindível para a saúde pública, não existe no departamento, que existe há 11 anos e que foi criado pelo Poder Executivo.
“Muito grave. Isso é obrigatório. Imagina manter um animal em observação por raiva, a doença mais mortal do planeta. E há casos aqui na região”, afirma o médico-veterinário Leandro Carvalho, da Clínica Veterinária Carvalho Vet Pet Care.
A vereadora Debora Palermo (PL) fez o pedido à prefeitura no começo deste mês de outubro, reforçando a necessidade de medidas urgentes.
Citou, como exemplo, uma das doenças contagiosas que mais tem se espalhado pelos bairros periféricos de Campinas. “A esporotricose é uma zoonose grave, que afeta animais e pode ser transmitida aos humanos. Ter uma área de isolamento adequada no Dpebea é uma medida de saúde pública e respeito à causa animal”.
A parlamentar, simpatizante da causa, tem recebido denúncias por parte de ONGs e de protetores independentes a respeito das condições do Dpbea e solicitado uma solução definitiva para a prefeitura.
Zoonoses
Em relação à esporotricose, especificamente, Carvalho explica que a doença é causada por um fungo, que é altamente transmissível, gerando feridas dolorosas e acometendo principalmente gatos. O tratamento é feito com medicação específica, e o isolamento, crucial.
O médico-veterinário cita ainda demais zooneses, entre as presentes na região de Campinas: "leishmaniose, toxoplasmose e leptospirose".
O outro lado
Segundo a Prefeitura, o pedido da parlamentar “será atendido, pois já faz parte do projeto original de reforma e ampliação” do departamento. As obras, entretanto, estão previstas para ser entregues daqui a dois meses.
Questionado pelo Correio da Manhã sobre a urgência da solicitação da partamentar, o Executivo informou que “todos os animais que chegam ao Dpebea passam por exames (clínico e laboratorial) para constatar a existência de doenças contagiosas, e são colocados em canis e gatis isolados, até que estejam em boas condições de saúde”.
Ainda de acordo com o secretário do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade de Campinas, Braz dos Santos Adegas Júnior, “a estrutura para quarentena dos animais será melhorada e ampliada com a reforma”.