INSS ficou sem sistema por 114 dias, diz sindicato

Fila virtual já contava com 2,86 milhões de pessoas em outubro

Por Por Martha Imenes

Automatização de requerimentos diminuiu fila presencial, mas aumentou a virtual

Com uma fila com 2,86 milhões de pessoas, sendo 50% de benefícios por incapacidade, à espera de uma resposta, segundo dados do portal da Transparência de outubro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o órgão padece de um mal que faz com que a população que precisa de um benefício previdenciário amargue meses de espera: as paradas de sistema. Denúncia feita pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Seguro Social e Previdência (SINSSP-BR) mostra que não só segurados, mas servidores do INSS continuam sendo prejudicados, sem poder trabalhar devido as falhas constantes dos sistemas e sem o abatimento correto das metas.

No dia 9 passado vários servidores relataram nos grupos de WhatsApp que nos dias 8 e 9 ocorreram muitas instabilidades com o Portal de Atendimento (PAT) que não anexava arquivos, não permitia acesso, porém o INSS não registrou no comunicado Janela de Incidentes do INSS.

O instituto deixou de enviar o comunicado de incidente grave e passou a disponibilizar os dados via plataforma, porém o novo formato de divulgação não disponibiliza o horário em que a chamada de indisponibilidade foi encerrada.

"É importante lembrar que no dia 12 de novembro o SINSSP-BR emitiu um ofício ao INSS solicitando que o instituto exibisse informações completas, incluindo data e hora de encerramento na Janela de Incidentes do INSS", informa em nota.

De acordo com o sindicato, os servidores do INSS trabalharam 114 dias com os sistemas do INSS caindo ou falhando diariamente. O recorde de funcionamento normal é de apenas 120 dias. A contagem de falhas de sistemas foi iniciada no dia 10 de março de 2025.

Todos os incidentes reportados pelos próprios servidores impossibilitaram a realização dos trabalhos.

"Com os sistemas do INSS instáveis ou parados, os servidores não conseguem trabalhar e muito menos atingir as metas, dificultando ainda mais para os servidores pagar o período de greve, ou pagar o recesso de final de ano", explica o SINSSP.

Ele explica que "esses problemas relatados se referem aos sistemas necessários aos procedimentos dos fluxos de trabalho não automatizados que impactam o trabalho do servidor. Mas é possível que haja reflexos nos fluxos automatizados, onde benefícios são analisados de forma automática".

Procurados, Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal) e INSS não se manifestaram sobre o impacto nas concessões e nas metas.