No auge da consagração mundial de 'O Agente Secreto', Wagner Moura leva uma versão de clássico de Henrik Ibsen aos palcos
Ator retorna aos palcos após 16 anos afastado de montagens teatrais e assina dramaturgia inspirada em clássico do autor norueguês
Ator retorna aos palcos após 16 anos afastado de montagens teatrais e assina dramaturgia inspirada em clássico do autor norueguês
Sete horas em ponto desta noite, Wagner Moura estará no palco do Teatro II do CCBB-RJ, batendo cabeça para o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), numa revisão livre de seu legado dramático, batizada de "Um Julgamento". A dramaturgia é assinada pelo astro de "Narcos" ao lado da encenadora Christiane Jatahy e do roteirista Lucas Paraizo.
Muitas pautas políticas que esse baiano egresso da cidade de Rodelas depura no cinema e no streaming estarão a seu lado em cena. Dias antes de ganhar o prêmio de Melhor Ator no 78º Festival de Cannes, por seu desempenho em "O Agente Secreto", Wagner falou ao Correio da Manhã sobre a essência democrática por trás do uso da palavra "povo" na arte, uma palavra essencial ao pensamento ibseniano. "A partir do pós-guerra, a representação realista da classe trabalhadora ganhou contornos anticapitalistas, do neorrealismo italiano a Mike Leigh, associada ao fato de que instituições públicas que deveriam ser um espaço de saber acessíveis a todos são atacadas por pensarem a condição dos pobres, sobretudo nos governos de ultradireita", explicou o astro na ocasião. Essas ideias se afinam um bocado com as de seu personagem, o médico e cientista Thomas Stockmann, na peça que marca o retorno do ator aos palcos após 16 anos.