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Para pensar a autonomia feminina

Gabriela Duarte faz seu primeiro solo em 'O Papel de Parede Amarelo e Eu' | Foto: Priscila Prade/Divulgação

Gabriela Duarte encerra neste fim de semana a temporada carioca de "O Papel de Parede Amarelo e Eu", seu primeiro monólogo, no Teatro I Love Prio. A montagem, que teve sucesso em São Paulo com sessões esgotadas no Teatro FAAP e indicação ao Prêmio Shell de Melhor Cenário, apresenta uma potente leitura cênica do conto clássico de Charlotte Perkins Gilman.

Sob direção de Alessandra Maestrini e Denise Stoklos, a peça é inspirada no livro "O Papel de Parede Amarelo", publicado em 1892. O conto é considerado marco da literatura feminista por abordar temas como controle sobre o corpo feminino e saúde mental, questões que permanecem atuais.

A narrativa retrata uma mulher confinada em um quarto pelo marido médico, sob pretexto de recuperação da saúde, e sua crescente obsessão pelo papel de parede amarelo que a cerca. A montagem, porém, vai além da obra original ao incorporar na dramaturgia o posicionamento da própria personagem como mulher dos dias de hoje que questiona a situação que lhe foi imposta.

O espetáculo dialoga com questões fundamentais sobre autonomia feminina e saúde mental, temas que ecoam desde o século 19 até os dias atuais. A montagem destaca-se pela força interpretativa de Gabriela Duarte, que constrói um trabalho solo de grande intensidade dramática.

SERVIÇO

O PAPEL DE PAREDE AMARELO E EU

Teatro I Love Prio (Av. Bartolomeu Mitre, 1110, Jockey Club Brasileiro)

Até 21/9, sexta e sábado (20h) e domingo (18h) | Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia)