Uma casa onde a canção faz morada

Depois de percorrer o país com grande sucesso, Mônica Salmaso volta ao Rio com show que apresenta os diferentes brasis que brotam da canção popular

Por Cláudia Chaves e Bruno Nunes | Especial para o Correio da Manhã

Mônica Salmaso e banda durante show da turnê 'Minha Casa', um desdobramento do 'Ô de Casas', um projeto capitaneado pela cantora durante fase de isolamento social imposto pela pandemia de covid-19

Apontado como um dos melhores shows de Mônica Salmaso, "Minha Casa" está percorrendo o Brasil com grande sucesso, com apresentações lotadas em todas as cidades. O sucesso tem sido tamanho que a cantora retorna ao Rio para nova apresentação nesta sexta-feira (21), no Vivo Rio.

A turnê já passou por São Paulo, Recife, Curitiba, Brasília, Salvador, Belém, Fortaleza, Natal e Belo Horizonte. Em março de 2025, o show irá a Porto Alegre, no dia 16 de março, no Salão de Atos da PUC. É um reencontro com o público, com o país que emana arte e beleza. É um canto de amor.

"Minha casa é meu norte, identidade dos afetos, o Brasil pulsante, a força da criatividade e da resistência. Da Re-existência", define a cantora. 'Minha Casa' é o ontem, o hoje, o que é pra sempre.

As casas de Mônica Salmaso são múltiplas, espalham-se pelos diferentes Brasis que a artista canta em sua obra. Passada a pandemia, ela lançou dois CDs gravados em 2021 e 2022, respectivamente "Canto Sedutor", com Dori Caymmi, e "Milton", em duo com André Mehmari e participação especial de Teco Cardoso. Além disso, a artista foi a convidada da turnê Que Tal Um Samba?", de Chico Buarque, percorrendo o Brasil e Portugal por 10 meses, em 2022 e 2023.

O show faz um passeio pela trajetória da artista, mas traz músicas nunca gravadas por ela, reafirmando a cantora como uma dedicada desbravadora do vasto cancioneiro brasileiro. "Desenhei o repertório deste show mergulhada no desejo vivido - durante a turnê com o Chico e a imensa plateia que nos assistiu - de voltar para casa depois de tudo o que passamos no Brasil e na pandemia. Celebrar a vida e os encontros, celebrar a consciência do valor que as nossas melhores relações têm para nós, a consciência do que somos e do que realmente precisamos. Dos nossos defeitos e faltas. Dos nossos afetos."

O show é também fortemente influenciado pela experiência do projeto "Ô de casas", nascido durante a fase de isolamento da pandemia de Covid 19, quando Mônica produziu de sua casa, à distância, 175 encontros musicais em vídeos de duetos. A série, lançada no Instagram, Facebook e Youtube, gerou uma grande rede de afeto. Pessoas passaram a seguir seus perfis na expectativa dos vídeos seguintes, um coletivo de bordadeiras e bordadores a presenteou com 150 bordados feitos a partir dos vídeos e um verdadeiro correio amoroso se deu com pessoas enviando os links para seus amigos e familiares.

"Não consigo separar o que cada uma destas coisas (o que Brasil viveu e passou, a pandemia, a série 'Ô de casas' - de onde tirei 10 canções para o repertório do show - e a turnê 'Que tal um samba?') operou em mim. Sei que saí muito mudada, pessoalmente e no meu trabalho. Sinto hoje a força real que a música tem na vida das pessoas, que a arte tem de fundamental na nossa sanidade mental e emocional. Desejei falar sobre isso, celebrar nossa identidade, sem deixar de falar das nossas mazelas.

Este show fala do meu amor pela vida, pela arte e pelo Brasil. A minha casa. A nossa casa."

Com direção musical da cantora em parceria com seu marido, o flautista e saxofonista Teco Cardoso, o show traz ainda os músicos Tiago Costa (piano), Neymar Dias (viola caipira e contrabaixo), Lulinha Alencar (acordeon), Ari Colares (percussão) e Ricardo Mosca (bateria). "Minha Casa" nasceu para percorrer os diferentes Brasis e esparramar afetos.

SERVIÇO

MÔNICA SALMASO - MINHA CASA

Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo) | 21/2, às 21h

Ingressos a partir de R$ 120 e R$ 60 (meia)