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O esplendor chinês

Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a Ópera de Pequim chega com sua magia, tradição e beleza ao Teatro Riachuelo | Foto: Divulgação

A Companhia Nacional da Ópera de Pequim, a mais importante instituição do gênero do país, chega ao Brasil para apresentar ao público todo o encanto das tradições e da cultura chinesa, em um espetáculo mágico, com diferentes peças que reúnem dança, música, teatro, acrobacia e até artes marciais. No Rio, serão duas apresentações no Teatro Riachuelo nesta segunda e terça-feira (18 e 19).

A Ópera de Pequim tem suas raízes no século XIII, durante a dinastia Yuan. Naquela época, a ópera era uma forma de entretenimento popular entre as classes mais baixas da sociedade chinesa. No entanto, foi durante a dinastia Ming (1368-1644) que a Ópera de Pequim começou a se desenvolver como uma forma de arte mais sofisticada. Durante o reinado do imperador Qianlong (1736-1795), a ópera ganhou popularidade entre a elite chinesa e se tornou uma parte importante da cultura imperial.

A Companhia Nacional da Ópera de Pequim foi fundada em 1955, concebida como uma organização performática de Ópera de Pequim e diretamente ligada ao Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China.

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, a Ópera de Pequim, também chamada na China de Jingju, é a mais reverenciada forma de arte tradicional chinesa, famosa por sua combinação única de música, dança, teatro e acrobacias. Os artistas usam uma variedade de técnicas vocais, incluindo canto, fala e recitação, para contar histórias e expressar emoções.

A música é executada por uma orquestra tradicional chinesa, composta por instrumentos como o erhu (um instrumento de cordas) e o suona (um instrumento de sopro). A dança é caracterizada por movimentos graciosos e gestos simbólicos, enquanto as acrobacias adicionam um elemento de espetáculo e habilidade física.

A companhia valoriza a precisão absoluta e a elegância na atuação, e os artistas da companhia são treinados durante muitos anos em uma variedade enorme de técnicas para dominar a arte de expressar emoções através de gestos, movimentos corporais e expressões faciais. Além disso, eles também precisam ser habilidosos em acrobacias e artes marciais, já que muitas vezes realizam cenas de luta complexas durante as apresentações.

Em sua passagem pelo país, a companhia trará ao Brasil um espetáculo único, que reunirá diferentes peças de seu repertório, como "A Encruzilhada" ("The Crossroads", um famoso repertório de dramas de combate, é um trecho da Saga do Yang); " Donzela Celestial Espalhando Flores" ("Heavenly Maid Scattering Flowers", história em que Buda ordena que a donzela celestial espalhe flores no quarto de um santo budista para testar sua fé); "Roubando a Erva" (Stealing the Herb", que faz parte de "A Lenda da Cobra Branca" e se baseia em uma antiga lenda sobre uma cobra branca que se transforma em uma bela mulher e se casa com um mortal) e "Combate no Campo de Treinamento, Patrulhamento no Quartel e Exploração do Vale" ("Combat at Drill Ground, Patrolling in Barrack, Exploring Valley", três peças contínuas de um dos programas clássicos da Ópera de Pequim - as Mulheres Generais da Família Yang). A escolha das peças teve como princípio reunir o que há de mais tradicional no gênero, mas também mostrar um novo lado, com a evolução da ópera para os novos tempos.

Durante 60 anos, a Companhia Nacional da Ópera de Pequim herdou, escreveu e encenou mais de 500 peças tradicionais, históricas e modernas da Ópera de Pequim, algumas delas reescritas com vários temas e formas. Até agora, desenvolveu um espírito artístico de herança, inovação, aprendizagem de outras formas artísticas, e a arte de bem retratar personagens. Além disso, criou um estilo artístico com rico conteúdo, pensamento profundo, várias escolas e um elenco bem equilibrado.

O primeiro presidente da companhia foi o grande mestre da Ópera de Pequim, Mei Lanfang. Desde a sua fundação, a empresa reuniu um grande número de excelentes artistas e dramaturgos, diretores, compositores e artistas de palco, que gozam de grande reputação tanto no país como no estrangeiro. Com uma galáxia de mestres, a companhia foi transformada em uma organização performática de Ópera de Pequim com grande sucesso.

Atualmente, com o reconhecimento da Ópera de Pequim como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a companhia é reverenciada em todo o mundo como um baluarte na preservação e divulgação dessa forma única de arte. Com seu enorme repertório, oriundo da história, do folclore e da cultura chinesa, a companhia ganhou ainda um merecido reconhecimento no exterior.

Os figurinos e adereços da Ópera de Pequim são verdadeiras obras de arte, feitas à mão por artesãos especializados e desempenham um papel importante na companhia, ajudando a criar a atmosfera e a identidade dos personagens. Os figurinos são elaborados e coloridos, com detalhes intrincados que refletem a personalidade e a posição social dos personagens. Os adereços, como espadas, leques e lenços, são usados pelos artistas para enfatizar gestos e movimentos durante as cenas.

SERVIÇO

ÓPERA DE PEQUIM

Teatro Riachuelo (Rua do Passeio, 38)

18 e 19/11, às 20h

Ingressos entre R$ 39,60 (preço popular) e R$ 150