Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

O amor não tem remédio: Municipal retoma temporada operística com 'O Elixir do Amor'

'A ópera conta a história de Nemorino, um agricultor apaixonado que recorre a um charlatão e seu elixir | Foto: Daniel Ebendinger/Divulgação

A temporada de ópera do Theatro Municipal retorna em grande estilo com "O Elixir do Amor", ópera cômica de Gaetano Donizetti (1797-1848), com libretto de Felice Romani (1788-1865), sendo a mais executada das 65 óperas deixadas pelo compositor. A nova montagem chega depois de duas décadas ausente do repertório da casa com a participação do Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, regência do maestro titular da OSTM, Felipe Prazeres e concepção e direção cênica do experiente Menelick de Carvalho.

"O Municipal abre suas portas para a primeira ópera da temporada 2024. Depois de um longo período longe do palco do Municipal, nosso Coro e a Orquestra Sinfônica apresentam 'O Elixir do Amor'. Esperamos receber um público diversificado e atento a essa obra tão surpreendente, de Gaetano Donizetti, que promete encantar a todos", convoca a presidente da Fundação Teatro Municipal, Clara Paulino.

"O Elixir do Amor", que estreou em 1832, foi criada pelo compositor italiano em duas semanas. Sua trajetória nos palcos remonta quase 200 anos de sucesso porque apresenta todos os elementos do Romantismo. Protagonistas, antagonistas, uma heroína desejada em um enredo inspirado na poção mágica de Tristão e Isolda. Porém, em vez da tragédia, envereda pela exaltação do amor verdadeiro em uma obra que explora os temas da passagem à idade adulta, da identidade e da perda da inocência.

Composta de dois atos, "O elixir do amor" teve seu liberto escrito pelo poeta Felice Romani, responsável por mais de 100 libretos operísticos, entre os quais o de "Norma", "La Sonambula" e "Lucrécia Bórgia". Para escrever o libreto de "O Elixir do Amor", Romani baseou-se em uma comédia de Eugène Scribe, em uma história que se passa em uma aldeia italiana do século 19.

Esta ópera é um bom exemplo da música de Donizetti, conhecida por sua beleza melódica, orquestração simples, mas habilidosa, e linhas vocais requintadas, com destaque para a conhecidíssima romanza "Una Furtiva Lagrima", interpretada pelo personagem Nemorino no fim do segundo ato.

A história se passa em uma aldeia basca no final do século XVIII, onde Nemorino, um camponês ingênuo e pobre, apaixona-se por Adina, rica proprietária de terras, que está interessada em Belcore, um militar de passagem pela região. Nemorino encontra no elixir do amor, comercializado pelo charlatão Dr. Dulcamara, o remédio para curar os males do desamor.

"'O Elixir do Amor' é nosso primeiro título operístico do ano. O cativante Nemorino, de puro coração, volta com sua história fascinante ao palco do Municipal, após mais de duas décadas de ausência. A bela música de Donizetti faz dessa emblemática ópera uma das mais queridas de todo o público. Além de cantores consagrados, temos a alegria de assistir a três belas estreias de jovens promessas", destaca Eric Herrero, diretor artístico da Fundação Teatro Municipal.

SERVIÇO

O ELIXIR DO AMOR

Theatro Municipal (Praça Floriano s/nº - Cinelândia)

De 19 a 28/4, às sextas (19h) e domingos (17h)

Ingressos: Frisas e Camarotes - R$ 80 (individual) ou R$ 480 (6 lugares); plateia e balcão nobre - R$ 60; balcão superior e balcão superior lateral - R$ 40; e galeria (central e lateral (R$ 20)