Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Vozes de mulher ecoam no palco

Rose Abdallah em 'Só vendo como dói ser mulher de Tolstói' | Foto: Alberto Maurício/Divulgação

Desde tempos imemoriais, há as lendas, os mitos, as histórias que colocam as mulheres como personagens principais. As amazonas que, com um seio apenas, flechavam e combatiam todos aqueles que tentavam invadir sues territórios. A heroína Joana D'Arc, Elizabeth I, as combatentes como Joana Angélica e Maria Quitéria em nossa independência e Anita Garibaldi, a heroína de dois mundos.

Neste mês de abril, no Teatro Glauce Rocha (em frente ao Metrô Carioca), estão espetáculos imperdíveis que tratam justamente de mulheres, que existiram ou não, para mostrar como essa luta é ancestral. "Temperos de Frida", "Só Vendo Como Dói Ser Mulher de Tolstói" e "Menina Mojubá" são produções com as protagonistas exercendo os seus papéis também fora do palco: Rosana Reátegui ("Temperos de Frida"), Rose Abdallah ("Só Vendo Como Dói Ser Mulher de Tolstói") e Marcela Treze ("Menina Mojubá").

Independentes, sem patrocínio, estão lá contando lendas, discutindo a função da mulher na sociedade elas levam o público a uma viagem por três continentes diferentes: América Latina, Europa e África ao ocupar os espaços com os seus próprios esforços.

Rosana Reátegui traz o espetáculo que conta a história, a vida e a obra da artista mexicana Frida Kahlo com expressividade ao lado de uma cantora e um violonista entoando canções latinas ao vivo que hipnotizam o público. A obra apresenta a cultura latino-americana com graça, passeando por Catrina, a "Dona Morte", ícone cultural mexicano, propondo um diálogo direto com a plateia.

Já Rose Abdallah, indicada a diversos prêmios com a obra em cartaz, rejuvenesce no papel da mulher do escritor russo no espetáculo "Só Vendo Como Dói Ser Mulher de Tolstói". A atriz mostra o lado pessoal do autor evidenciando suas atitudes e levando a plateia a conhecer os abusos e o machismo do autor no casamento.

Compartilhando o mesmo teatro, Marcela Treze apresenta "Menina Mojubá" aos sábados e domingos. Na peça, a menina se transforma em uma pomba-gira após seu trágico falecimento, tornando-se uma figura poderosa no mundo espiritual, capaz de proteger e livrar todos aqueles que tenham caminhos semelhantes aos seus. Durante a encenação são apresentadas entidades e características de vestimenta e trejeitos, aliadas à dança, música e energia feminina.

"A importância do público para os atores no palco é fundamental. Esses espetáculos trazem cultura, conhecimento e história e, por isso, precisam ser assistidos", afirma Rosana.

SERVIÇO

Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 - Centro)

Só Vendo Como Dói Ser Mulher de Tolstói: sextas e sábados (19h30)

Tempero de Frida: quintas e sextas (19h30)

Menina Mojubá: sábados (19h) e domingos (18h)

 

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