Por: Guilherme Cosenza

O espetáculo dentro do espetáculo

Elenco e equipe de produção do musical que contará a história do Rock in Rio durante o período do festival | Foto: Marcos Alonso/Divulgação

Um mergulho em 40 anos de uma história movida a sonhos e muitos ritmos. É assim "Sonhos, Lama e Rock and Roll", musical criada pela dupla de diretores Charles Möeller e Claudio Botelho, dois mestres do gênero. O espetáculo propõe uma imersão do público na essência do festival que teve sua primeira edição em 1985 e, desde então, se tornou o maior evento musical da Terra.

A peça aborda e revive o início de tudo, quando a ideia de trazer um mega evento internacional para acontecer no Brasil era uma ideia desacreditada. "Fazer um musical em um festival deste tamanho é completamente diferente. É muito fascinante porque é tudo muito grandioso", destaca Möeller. "Trabalhar aqui é maravilhoso porque eles me dão essa liberdade e oportunidade de eu entregar o que eu acredito. Isso é ainda mais incrível porque estamos falando da história do festival dentro do festival. É uma metalinguagem fascinante para se fazer", completa.

O diretor ressalta ainda a importância do Rock in Rio. "O festival é uma inspiração para a gente. O Roberto Medina elevou a categoria do Rio de Janeiro, do Brasil e do entretenimento do país. Se hoje eu estou tendo uma carreira, é porque ele lá atrás viu que seria possível fazer isso no Rio, em São Paulo ou no Brasil. Nada mais justo do que eu bater continência para a história da vida dele, que é tão fascinante e nos inspira a tanto", defende.

A produção contará com a combinação de música ao vivo com uma orquestra presente durante todo o musical, além de performances emocionantes com bailarinos coreografados por Mariana Barros. O espetáculo acontecerá durante os dias do Rock in Rio 2024 e terá uma duração de 35 minutos por apresentação. Para os presentes nos dias de festival, poderão escolher entre uma das quatro apresentações diárias do espetáculo.

Aliás, outro momento à parte do festival está no palco do evento. Ele carrega um cenário inspirado no conceito de "Fábrica dos Sonhos" com o icônico tênis enlameado que remete ao festival de 1985 e uma larga escada em formato de máquina de escrever. Uma megaprodução digna do tamanho do festival.

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Perseguindo um sonho

Robertro Medina tem acompanhado todos os detalhes da produção e se diz ansioso em ver o muical sendo encenado na Cidade do Rock | Foto: Marcos Alonso/Divulgação

O ponto que faz com que o musical se torne importante, vai além do fato de se contar a trajetória do Rock in Rio. Na realidade, seus idealizadores querem trazer a importância de se viver um sonho. É exatamente esse o motivo que para, Roberto Medina, idealizador do festival, o espetáculo vai muito além do que uma simples apresentação teatral.

"É mais do que um musical, é uma celebração da coragem de perseguir sonhos aparentemente impossíveis. Elaboramos uma emocionante narrativa que transportará a plateia para um Rio de Janeiro repleto de desafios e possibilidades. O espetáculo mergulha no passado, rememorando o ano de 1984, quando a ideia de realizar um gigante festival de música internacional na cidade era vista como um sonho inalcançável", recorda o empresário.

Ao que tudo indica, o passeio pelo passado do festival tem sido um dos motores para produção. "Estou ansioso para ver o espetáculo na Cidade do Rock. Estamos trabalhando incansavelmente, pensando em cada detalhe, para que tudo seja perfeito. As pessoas ficarão encantadas com cada cena que será apresentada", pontua Medina.

O enredo

A nova produção, "Sonhos, Lama e Rock and Roll", acompanha a história da autora Maria Antônia Lobo, interpretada pela atriz Bel Kutner durante a passagem do ano de 2024, e pela atriz Malu Rodrigues no momento em que a peça regressa para 1984. O público é apresentado a uma mulher determinada e apaixonada pelo mundo da publicidade e do entretenimento, na noite de autógrafos de seu livro autobiográfico "Fábrica de Sonhos", em 2024. Durante o evento, Maria reflete sobre sua jornada de vida, especialmente em 1984, quando participou da ideia de realizar um festival de rock internacional no Rio.

O musical levará os espectadores a uma viagem no tempo, voltando para 1984, onde a jovem Maria Antônia chega a uma agência de publicidade carregando uma mala cheia de sonhos e aspirações. Contratada como estagiária, ela é recepcionada por Dora, papel feito por Gottsha, para uma disputa na vaga no departamento de criação com João Coelho, interpretado pelo talentoso Beto Sargentelli, um jovem carismático que se recusa a adotar um comportamento competitivo.

Enquanto isso, em meio a uma crise política e econômica no Brasil, o dono da agência revela a intenção de criar o maior festival de música e entretenimento do mundo, refletindo a audácia necessária para transformar sonhos em realidade. À medida que a história avança, os espectadores são levados em uma montanha-russa de emoções, culminando em um final poderoso que celebra a resiliência, a criatividade e o espírito do Rock in Rio.

Uma das passagens mais marcantes da narrativa é a aparição de Dom Quixote, também interpretado por Beto Sargentelli. Dom Quixote, o icônico cavaleiro errante, surge montado em seu cavalo no meio do público e dirige-se ao palco central, simbolizando a luta contra os céticos e a busca incansável por realizar os sonhos mais impossíveis.

 

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