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Uma artista cara a cara com Dona Morte

A peruana Rosana Reátegui dá vida a Frida Kahlo no espetáculo que estreia nesta sexta-feira no Teatro Glauce Rocha | Foto: Renato Mangolim/Divulgação

Comemorando o mês das mulheres, a vida e a obra da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954) - uma lutadora incansável das causas feministas e pelo empoderamento feminino - serão retratadas no palco no espetáculo "Temperos de Frida". O musical estreia em curta temporada, a partir desta sexta-feira (22) no Teatro Glauce Rocha.

Junto ao contexto histórico em que a artista cresceu, em meio à Revolução Mexicana de 1910, o espetáculo traz a efervescência cultural que inspirou Frida reunindo diferentes linguagens como teatro, narração de histórias e música.

Com uma proposta cênica intimista, o espetáculo tem como pano de fundo o Dia dos Mortos, uma tradição mexicana celebrada no dia 2 de novembro. A protagonista que encarna Frida no palco é Rosana Reátegui, nascida no Peru, é premiada como Melhor Atriz pelo Prêmio de Teatro Para Infância CBTIJ/2022. A artista também é responsável pela concepção e dramaturgia do musical.

"Temperos de Frida" foi inspirado na cerimônia para agradecer o destino dos seres humanos vivos e cumprir os tratos com a misteriosa Catrina, conhecida como a Dona Morte, numa proposta em que a personagem de Frida trava diálogo direto com a plateia, regada por músicas entoadas ao vivo.

A narrativa da protagonista conduz o público a histórias mescladas com canções mexicanas conhecidas como "La Llorona", "La Bruja" e "Cucurrucucu Paloma", entre outras, todas entoadas pela uruguaia Natalia Sarante (vencedora na categoria Melhor Música do Prêmio de Teatro Para Infância CBTIJ/2022 com o espetáculo "Canções para afastar o medo - contos e acalantos latino-americanos") acompanhada pelo violão de Luciano Camara.

Em "Temperos de Frida", as paixões estão reunidas nos sabores, no canto e na palavra, como elementos de uma potente bruxaria compartilhada com o público. Seja nos boleros que Frida tanto gostava de cantar, nas histórias de grandes e arrebatadores amores ou na entrega profunda para defender sua vida, ela é aquela que viveu significativa e intensamente.

"Contamos a vida de Frida e seus encontros com Catrina como se fizéssemos, também a nós, uma provocação: por onde andam os nossos desejos e as nossas intensidades? A Festa dos Mortos, Frida e Catrina estão no nosso bar Viva la Vida, pois, além de tudo, são fortes motivos para a construção de espaços de comunhão e de encontro com uma América Latina amorosa, potente e festiva que insiste e resiste em todas e todos nós", destaca a diretora Tatiana Motta Lima.

Uma curiosidade acerca da montagem é que a máscara de Catrina, a Dona Morte, utilizada pela personagem principal, foi confeccionada no Peru pelo artista Paul Colinó Vargas especialmente para o espetáculo.

SERVIÇO

TEMPEROS DE FRIDA

Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179 - Centro)

Até 31/3, de sexta a domingo (19h) | Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia)

 

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