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'Sertão é o Mundo' descortina a universalidade de Guimarães Rosa

Espetáculo originalmente concebido para apresentações em escolas, 'O Sertão é o Mundo' chega aos palcos unindo dramaturgia, música e dança | Foto: Divulgação

Por Cláudia Chaves

Especial para o Correio da Manhã

Há quem diga que Guimarães Rosa (1908-1967), por conta sua genialidade em criar palavras, para falar de sentimentos, descrever os tipos e a imensidão, torne difícil a sua leitura. Quando há alguém que transforma esses textos para que todas as pessoas possam usufruir de um dos maiores escritores da literatura mundial, temos um acerto de ponta a ponta. Assim é o projeto "O Sertão é o Mundo", que nesta semana faz apresentações no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) e no Museu do Folclore.

O projeto é realizado com frequência desde 2005, quando foi criado um núcleo de estudos da obra de João Guimarães Rosa, pelo grupo teatral Canto da Viração.

As três histórias pinçadas de três livros da significativa obra do autor mineiro ganham leituras dramatizadas e musicadas - textos "Menina de Lá", do livro "Pequenas Histórias" (1956), "Conversa de Bois", de "Sagarana" (1946), e "Presepe", de "Tutameia - Terceiras Estórias" (1967) - chegam ao público de uma maneira lúdica, ecoando o espírito brincante de Guimarães Rosa, que está presente, de maneira subliminar, em muitos aspectos de sua obra.

A idealização de "O Sertão é o Mundo", para comemorar em 2005, os 50 anos da morte de Rosa, é de Ronaldo Mota e Cristiano Mota, que também fazem parte do elenco junto com Marianna Mac Niven, Claudio Mendes e o ator-músico Daniel Fernandes, que toca acordeão. As músicas são de Ronaldo e a direção de Claudio.

Inicialmente o projeto, que percorreu escolas, cobre recortes da obra roseana: crianças, mulheres, bichos.

"Agora resolvemos fazer teatro, fazer dentro de um teatro. Ao invés de mostrar só para estudantes, um trabalho que sabemos ser tão bacana, tão legal, sobre o qual a gente se debruça há tanto tempo. Não é uma peça no sentido clássico, é uma leitura dramática. Lemos dramatizando, então é muito gostoso, muito divertido e agora a gente vai mostrar lá no CCJF, em um horário ótimo, três da tarde. Estamos arregimentando todo mundo", fala, com razão, entusiasmado o diretor Claudio Mendes."

SERVIÇO

O SERTÃO É O MUNDO

29/11, às 15h, no Centro Cultural da Justiça Federal - CCJF (Av. Rio Branco, 241 - Cinelândia)

30/11, às 15h, no Museu do Folclore (Rua do Catete, 179)

Entrada franca

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