A atemporalidade de Belchior volta aos palcos
Com novos textos, musical sobre a vida, obra e legado do genial compositor cearense tem apresentação única no Teatro I Love PRIO
"Belchior - Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro" retorna aos palcos com novos textos e músicas para celebrar a poética do compositor cearense Antônio Carlos Belchior (1946-2017). Dirigido por Pedro Cadore, que também assina a dramaturgia ao lado de Cláudia Pinto, o musical realiza sua celebração aos 77 anos do Belchior no Teatro I Love PRIO com única apresentação nesta quinta-feira (26).
O cantor e compositor nasceu em Sobral, norte do Ceará, e já no início da década de 1970 veio para o eixo Rio-São Paulo tentar emplacar suas canções em festivais de música. O sucesso inicial aconteceu quando a cantora Elis Regina interpretou duas de suas músicas em seu espetáculo Falso Brilhante: "Velha Roupa Colorida" e "Como Nossos Pais". O artista faleceu há cinco anos, seus últimos dez anos de vida já foram de quase silêncio total para a mídia, com raras notícias, entrevistas ou shows.
O musical faz um recorte de sua juventude através de uma dramaturgia formada por trechos de entrevistas do próprio cantor. Na história, o ator e cantor Pablo Paleológo vive o cantor cearense, enquanto Bruno Suzano interpreta o "Cidadão Comum", personagem recorrente nas canções de Belchior e de certa forma seu alter ego.
"Mais do que sua biografia, o espetáculo pretende mostrar ao espectador a filosofia de um dos ícones mais misteriosos da Música Popular Brasileira. Queremos trazer uma sessão de nostalgia aos fãs e aos que não conhecem sua poesia inigualável", ressalta o diretor.
Além dos atores, uma banda com quatro músicos - Emília B. Rodrigues (bateria), Rico Farias (violão/guitarra), Silvia Autuori (baixo/violino) e Thomas Lenny (teclado) - revive sucessos do bardo como "Alucinação", "Apenas Um Rapaz Latino Americano", "Na Hora do Almoço", "Coração Selvagem", "Mucuripe", "Como Nossos Pais", "Paralelas", "Velha Roupa Colorida" e "Sujeito de Sorte".
"Com o espetáculo queremos marcar o resgate de Belchior, trazendo à tona seu discurso ainda atual em relação à política brasileira", diz Cadore.
A história do musical passou pela família do cantor, que deu o aval e ficaram muito felizes com o resultado mostrado no palco. "Nos emocionamos em ver uma produção sobre a obra do nosso pai tão alinhada com a proposta artística dele. O foco nas palavras de Belchior, tanto de músicas quanto de entrevistas, enaltece o compromisso do espetáculo com a sua filosofia. Desejamos vida longa ao musical e que ele alcance o Brasil inteiro. Parabéns a todos pelo lindo trabalho e empenho", celebram Camila e Mikael Henman Belchior, filhos do homenageado.
SERVIÇO
BELCHIOR - ANO PASSADO EU MORRI, MAS ESSE EU ANO NÃO MORRO
Teatro I Love PRIO (Jockey Club Brasileiro - Av. Bartolomeu Mitre, 1110 - Leblon) | 26/10, às 20h
Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia)
