A arte carioca sai no lucro
Secretaria Municipal de Cultura investe na melhoria da rede municipal de teatros
Por Cláudia Chaves
Especial para o Correio da Manhã
A Secretaria Municipal de Cultura do Rio vai entregar duas novidades à população carioca ainda este mês. Primeiro, a reabertura do teatro do Planetário da Gávea, agora batizado com o nome de Domingos Oliveira (1948-2014) - antes era o Teatro Maria Clara Machado. Fechado para reparos na pandemia, o espaço reabre nesta sexta-feira (22) para convidados e, em seguida, para o público em geral, com a aclamada peça "Tom na Fazenda", dirigida por Rodrigo Portella e produzida e estrelada por Armando Babaioff.
O teatro foi rebatizado este ano a pedido da própria família de Maria Clara Machado, por considerar que o espaço com esse nome confundia o público em relação ao teatro/escola O Tablado, fundado pela dramaturga e diretora. Além disso, Domingos Oliveira foi diretor daquele palco por muitos anos.
E na próxima segunda-feira (25), será a vez da Areninha Cultural João Bosco, em Vista Alegre, que será inaugurada com show gratuito do patrono, João Bosco. A segunda lona cultural carioca transformada em areninha pela pasta, que vem promovendo o maior programa de reforma, modernização e requalificação dos seus equipamentos culturais.
O show terá início às 18h30, e no repertório, clássicos da carreira do cantor, violonista e compositor mineiro, como "Papel Marchê", "Quando o Amor Acontece" "O Bêbado e a Equilibrista" e "Corsário", e também algumas das novidades reunidas em seu disco mais recente, "Abricó de Macaco" (2020).
O secretário Marcelo Calero falou com exclusividade ao Correio da Manhã sobre a ampliação da rede municipal de teatros.
Secretário, qual é o primeiro objetivo nesse momento?
Marcelo Calero: Com a reabertura do Teatro Domingos Oliveira, também estamos procurando olhar para os outros teatros. Temos um programa, Cultura do Amanhã, que tem como objetivo fazer a reforma, requalificação e modernização de todos os nossos teatros. Então, nós temos, por exemplo, o Teatro Ipanema, o Teatro Café Pequeno, o Teatro Sérgio Porto e a Sala Municipal Baden Powell, esses quatro espaços da Zona Sul, serão reformados. O Teatro Carlos Gomes, no Centro, está passando pela maior reforma da sua história e vai ser reaberto em junho do ano que vem.
E quais são os próximos passos?
Começamos na época da pandemia que desorganizou muito a cadeia produtiva da cultura. Então agora estamos conseguindo reorganizar com os nossos programas, tanto de fomento à produção, quanto de valorização. O Teatro Ipanema e o Teatro Ziembinski vão ser os primeiros terem as suas licitações das suas obras depois do Carlos Gomes.
E como a classe artística é beneficiada nesse processo?
Um teatro público tem uma importância, até em termos práticos, porque para a produção acaba tendo um custo muito menor. Maior, porque se trata de um teatro que não tem que pagar aluguel e, portanto, já tem ali vários insumos que são subsidiados pela Prefeitura, tais como som, luz, bilheteria... Ou seja, há uma questão prática que favorece muito a produção teatral carioca quando é um teatro municipal, uma casa de espetpaculos pública.
E há novas parcerias no radar da Secretaria de Cultura?
O Teatro do Centro Cultural dos Correios está fechado. Nós vamos reabrir o espaço nas próximas semanas, provavelmente no próximo mês, já como fruto de uma parceria nossa com a instituição dando esse contexto maior de valorização.
