Por: Cláudia Chaves (Especial para o Correio da Manhã)

CRÍTICA / TEATRO / O DOENTE IMAGINÁRIO: Bem vindos ao Teatro do Busto

'O Doente Imaginário': adaptação perfeita de um clássico | Foto: Divulgação

 

Sabemos o quanto são difíceis as adaptações de textos clássicos. Afinal, são uma tradução e tradução é traição. E o desafio é ainda maior quando os textos são uma narrativa tradicional, com princípio, meio e fim, respeitando as regras do unidade de tempo (toda a ação em um dia), unidade de lugar (no mesmo cenário) e verossimilhança (se fosse realidade, assim o seria). São essas três características que, de forma muito eficiente, o jovem Grupo Teatro de Busto realiza em "O Doente Imaginário", de Molière, de forma hábil.

Embora digam que é a partir de Moliére, o que vemos é um Molière inteiro, total, como se diria em francês, au grand complet. O Grupo Teatro de Busto é composto por artistas independentes de diferentes estados do Brasil, que se reuniram dentro dos cursos de teatro, nas universidades públicas do Rio de Janeiro (Unirio e UFRJ), o que lhes permite respeitar o texto e trazer para a contemporaneidade sem que se perca nada.

Com figurinos que nos levam imediatamente ao século 17, perucas, rostos empoados, somos transportados para o ambiente de origem. Como a comédia comemora 350 anos, as interpretações, equilibradas, cômicas fazem com que a plateia possa rir, independente de conhecer a trama. Além disso os movimentos corporais exagerados, bem executados acentua a comicidade.

Como são um grupo, além dos papéis que encenam, desempenham as funções de produção e por isso merecem a ficha técnica completa: Direção e adaptação: Ketrolin Rossetto; elenco: Dudu Gehlen (Dona Bela), Gustavo Kaz (Cleanto); produção, letras e músicas originais: Jefferson Santi (Aragan); produção e programação visual: Leo de Moraes (Toninha); Lucas Rodrigues (Doutor Boamorte); Victoria Brandão (Angélica); cenografia e figurino: Cleiton Almeida; caracterização: Cleiton Almeida e Leo de Moraes; preparação corporal: Aruam Galileu; preparação vocal: Lucas Vergara; arranjos musicais: Rômulo Sá.

E dessa força do que é o teatro, grupo, repertório, união, talento, empenho, coragem, inteligência que a turma do Teatro do Busto realiza um ótimo espetáculo. E levem as crianças e os jovens, porque ninguém pode perder.

SERVIÇO

O DOENTE IMAGINÁRIO

Teatro Candido Mendes (Rua Joana Angélica, 63 - Ipanema)

Até 1/10, sábado e domingo (18h)

Ingressos: R$ 50 e R$ 25 (meia)

 

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