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Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher

Rita e Vital num espetáculo de diálogos envolventes | Foto: Divulgação

Por Cláudia Chaves

Especial para o Correio da Manhã

Uma forma, bastante eficiente em teatro, é a comédia trazer situações do cotidiano. O efeito catártico é imediato e a gargalhada rola fácil. E quando se mistura amor, situações picantes, episódios inusitados e muita, muita trapalhadas é sucesso na certa. A comédia teatral "Neura!", de Rita Fischer, cria relação imediata com a plateia. Tudo flui, sem economia, sem exageros, no ponto correto para que haja uma história, com começo, meio e fim, que ao mesmo tempo emociona ao final.

O texto mostra a sua capacidade de criar diálogos envolventes, rápidos, simples e direto ao ponto. A peça se inicia já mostrando o "final feliz" do casal e, a partir daí, a jornada é composta de vários episódios daqueles que dão errado, pelo óbvio. E tal forma que Rita consegue compor um painel das coisas mais comuns até as mais raras. Todas com o mesmo impacto, mesma lógica o que não permite que a peteca caia.

Rita Fisher faz o papel feminino da dona de casa Matilde e Vital Neto desempenha o bonachão Carlos Alberto, um funcionário público apaixonado e que faz todas as vontades da mulher. Vital é um ator eficiente, com ótima dicção que não perde um ai, tem uma atuação repleta de alegria que é transmitida o tempo todo. Dança, remexe, anda, faz os gestos de cansaço tudo com uma agilidade que muda de um polo ao outro com total talento.

Rita em uma expressão corporal única. Impressionante. O corpo que anda, levanta, faz exercícios, balança o cabelo que vira uma juba, pois é uma leoa em cena. E canta pequenos trechos com afinação e uma linda voz. E de forma integrada, os elementos cênicos comparecem com vigos. O cenário Nello Marrese, o figurino de Alice Demier são complementados pela excelente e criativa iluminação de Diego Diener. Neura é um vigoroso espetáculo para se rir muito ao nos reencontramos com o que se vê no palco.

SERVIÇO

NEURA!

Teatro Cândido Mendes (Rua Joana Angélica, 63 - Ipanema) | Até 30/9, às sextas e sábados (22h) | Ingressos: R$ 60 e R$ 30 (meia)