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Marginalidade e resistência no samba paulistano

Como quem atesta a importância de uma entrada triunfal no cenário da música brasileira, Vinícius Duran começa seu primeiro disco, "Palavras Marginais", cantando no prólogo: "cheguei / eu estou aqui". O cantor, compositor e multi instrumentista faz de seu primeiro trabalho solo uma importante declaração poética e de resistência da música de raiz, das tradições culturais brasileiras e das lutas diárias em busca de dignidade em um país em frangalhos.

Eclipsando a sintonia com o Brasil musical e político de 2022 com um pé fincado nas escolas musicais que o inspiraram, Duran entrega um álbum que dialoga com a atual produção do samba alternativo paulistano, ao mesmo tempo que avança lírica e musicalmente a estética da sua geração.

O lançamento do novo trabalho do artista vem na esteira dos bem-recebidos singles "Bandeira Vermelha", "Moída" e "Pau-Brasil". "Palavras Marginais" é uma obra plural, que representa a versatilidade de um artista que flerta com diversos ritmos e referências, mas que tem o samba como gênero matriz.

Com produção de Renato Enoki e participações de Adriana Moreira, Tata Alves e Henrique Araújo, "Palavras Marginais" mistura o frescor das composições de Vinícius com a experiência de grandes artistas que o apoiaram na produção deste trabalho, como Júlio César e Allan Abbadia.

A história do disco começa em 2020, quando Vinícius percebe que não consegue dar vazão a suas canções em seu projeto de samba, a Fiat Lux. Enquanto começava a organizar um repertório, com canções novas e antigas, recebeu um convite de Adriana Moreira para apresentar alguma música na "Sala da Moreira", a live semanal da cantora. Ele apresentou "Bandeira Vermelha" e ela ficou comovida. Foi então que Adriana o provocou a entrar em estúdio para gravar aquele samba, e o que era para ser um single, vira um disco.

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