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Uma metáfora bem aplicada

Por Cláudia Chaves
Especial para o Correio da Manhã

O teatro infantil, normalmente, oscila em dois polos: peças tão maduras que ficavam incompreensíveis para as crianças ou o oposto, adaptação de contos de fadas, que tratavam as crianças como incapazes. Quando se vê o trabalho de teatro infantil da Cia. Cerne (de São João de Meriti) em "Uma História de Rabos Presos" fica claro o encontro feliz entre a mensagem da peça e adequação ao público.

Produção caprichada nos cenários, figurinos, luz, a montagem é livremente inspirada no livro homônimo de Ruth Rocha, vencedor do Prêmio Jabuti em 1990. A adaptação e direção de Vinicius Baião consegue, em corretos 45 minutos, se manter fiel ao conflito entre políticos corruptos, empresários corruptores e tipos representantes da sociedade civil.

Em atuação com pegada cômica, o elenco dança, canta de forma eficiente, sem caricatura. Há o normal exagero na interpretação. Esse procedimento é fundamental para a comunicação e participação das crianças.

A metáfora concreta de os corruptos irem ganhando rabos, esses irem aumentando até prender o Prefeito e o Fazendeiro, transformando-os em uma pessoa só, fica bem real com os rabos e os bonecos criados por Leandro Fazolla.

Essa comovente história, ainda que muito divertida, é uma lição para crianças e adultos sobre o mecanismo da corrupção e como ela prejudica as pessoas. Mas o final ainda é melhor, pois dos detentores dos rabos ficam efetivamente presos.

SERVIÇO

UMA HISTÓRIA DE
RABOS PRESOS

Teatro do CCJF (Av. Rio Branco, 241 - Centro)

Até 31/7, sábados e domingos (16h)

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)

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