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Países abrem fronteiras e exigem teste de covid-19

As fronteiras aos poucos têm se aberto para viajantes do Brasil, mas, além do passaporte, agora há outro documento essencial para o turista: o exame negativo para covid-19.

Pelo menos 70 países já aceitam receber brasileiros caso eles apresentem testes (veja mapa) –a maioria exige o do tipo PCR, mais confiável para detectar a doença.

A partir desta sexta (30), a Argentina vai permitir a entrada de turistas de países vizinhos, incluindo o Brasil, porém apenas via Buenos Aires, pelo aeroporto de Ezeiza ou balsa do Uruguai. Para entrar, o viajante precisa preencher um formulário online no qual se compromete a não sair da região metropolitana da capital, além de apresentar PCR negativo feito com até 72 horas de antecedência.

Já o Uruguai anunciou que as fronteiras seguirão fechadas ao menos até o final do próximo verão.

Também chamado de teste molecular, o PCR é feito com amostras do nariz e da garganta coletadas com hastes flexíveis e detecta a presença do vírus no organismo.

Já os testes rápidos, vendidos em farmácias, reconhecem anticorpos.

Assim, esses testes, além de menos precisos, identificam se a pessoa já teve Covid-19, e não se está doente no momento.

Na reabertura ao turismo, Fernando de Noronha permitiu apenas a entrada de pessoas que já tivessem se infectado, apostando na imunidade adquirida após a contaminação. Era preciso apresentar um exame que indicasse a presença de anticorpos, feito até três meses antes, ou um PCR positivo, colhido ao menos 20 dias antes da data da viagem.

Esse tipo de abordagem não é usual entre os destinos turísticos. A própria ilha de Noronha mudou o protocolo em 10 de outubro, permitindo a entrada também de turistas com testes PCR negativos, feitos até 24 horas antes da chegada.

A limitação de tempo é um problema para os viajantes, porque é comum que laboratórios levem até três dias úteis para entregar o resultado.

A maioria dos países que pedem exames também delimita a antecedência com que eles devem ser feitos, para diminuir as chances de que uma contaminação ocorra depois de o passageiro ser testado. Esse prazo varia de 48 horas, como no Panamá, a dez dias, caso do Equador e da Jamaica.

Em viagens internacionais, o passageiro deve saber se o documento é solicitado na hora do embarque, ainda no Brasil, ou só na imigração do destino final. Isso porque as horas passadas dentro do avião podem contar no prazo do teste.

A comerciante Poliana Germano, 28, precisou fazer muitas contas para a viagem de lua de mel, no início do mês, para Dubai e Maldivas.

Os Emirados Árabes pedem antecedência de até 96 horas para o exame, mas só o voo de São Paulo para lá dura 16 horas. Moradora de Cosmópolis, no interior paulista, ela precisou se deslocar para Campinas para fazer o exame e esperar dois dias pelo resultado.

Como iria para as Maldivas um dia após chegar em Dubai, fez mais um teste no Brasil, que só ficaria pronto quando ela já estivesse nos Emirados, para dar conta do prazo. Cada um custou R$ 420.

Mas a viagem ainda teria mais dois testes: um exame surpresa no aeroporto de Dubai e, dias antes de sair das Maldivas, outro para poder voltar a Dubai, a um custo de US$ 150 (R$ 860). "Foi difícil porque você tem que ficar fazendo contas, além do medo de pegar a doença entre um teste e outro", diz Germano.

Quem passa pelo aeroporto de Guarulhos tem um jeito mais fácil de cumprir os prazos. Desde setembro, o terminal 3 conta com um laboratório que faz e entrega exames PCR em até quatro horas. O teste custa R$ 350.

A blogueira Jenifer Carpani, 29, só conseguiu viajar para a Croácia, que permite a entrada de brasileiros com teste PCR feito até 48 horas antes da chegada, por causa do laboratório no aeroporto.

Como seu voo partia no domingo à noite, estava difícil encontrar um laboratório que entregasse o resultado no final de semana –a unidade no terminal funciona 24 horas por dia.

"Somos porta de entrada e saída para mais de 40 destinos no Brasil, por isso era importante termos uma solução rápida e confiável para os passageiros", diz João Pita, gerente de negócios aéreos da GRU Airport, que administra o aeroporto.

Laboratórios que entregam o resultado em poucas horas ainda são raros, mas há opções. Na rede Labi, por exemplo, o PCR expresso, divulgado em um dia útil, custa R$ 348.

Outros países europeus também exigem teste PCR para os visitantes, mas a entrada de turistas segue proibida.

No Reino Unido, não é preciso fazer exame, mas uma quarentena de 14 dias, o que inviabiliza viagens a lazer.

Os Estados Unidos seguem barrando a entrada de turistas que passaram pelo Brasil nos últimos 14 dias.

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