E meio a negociações de dívidas e discussões sobre o imbróglio da usina Angra 3, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) anunciou, nesta quarta-feira, dia 34, que concluiu, em meados de setembro, a fabricação dos 52 elementos combustíveis da 21ª recarga da usina Angra 2. O transporte do material está previsto para ocorrer entre novembro e dezembro, em operação coordenada pela Eletronuclear com apoio de órgãos externos, como Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Com a recarga de Angra 2 concluída, a INB já iniciou, em agosto, a 30ª recarga de Angra 1, cuja entrega está prevista para meados de 2026. O objetivo da empresa é fabricar 44 elementos combustíveis, mantendo a proposta de produção continuada.
-Nosso propósito é garantir segurança e confiabilidade ao abastecimento das usinas. Encerramos a 21ª recarga de Angra 2 e já estamos trabalhando na próxima recarga de Angra 1 - destacou o superintendente de Produção do Combustível, Rodrigo Barbosa.
Segundo Barbosa, o desempenho da produção reflete um planejamento integrado entre diferentes áreas da Diretoria do Combustível Nuclear (DCN) da INB.
-A entrega de uma recarga só acontece porque todas as áreas atuam de forma sincronizada, desde a documentação técnica até a inspeção de cada componente, garantindo segurança e confiabilidade ao processo - disse Barbosa.
De acordo com o superintendente de Licenciamento e Engenharia, Luciano Sadde, o início de uma recarga ocorre cerca de 24 meses antes da data de entrega dos elementos combustíveis, quando a Eletronuclear emite a ordem de fornecimento.
"A solicitação chega à área comercial da INB, que consulta as demais superintendências para avaliar a viabilidade técnica. A partir desse ponto, são iniciadas as encomendas de matérias-primas, a elaboração da documentação de engenharia e a definição dos fluxos de fabricação e inspeção", informou Sadde.
O superintendente de Proteção Radiológica, Salvaguardas e Qualidade, Alexander Gangana, destacou que cada etapa é acompanhada pela Garantia da Qualidade, que certifica não apenas o elemento combustível final, mas também cada matéria-prima e componentes intermediários.
-Até mesmo itens como parafusos e chapas metálicas, passam por rigorosas inspeções. A própria Eletronuclear, por meio de sua equipe de qualidade, participa verificando registros e relatórios enviados pela INB - informou Gangana.