Quem é minimamente ligado em tecnologia e suas novidades certamente já conhece o Chat GPT. A inteligência artificial mais comentada dos últimos três meses foi desenvolvida pela empresa norte-americana Open AI e chama a atenção de especialistas pela capacidade de interagir com os usuários elaborando textos completos e coesos a partir de uma extensa base de dados que consegue imitar capacidades humanas de forma bem convincente.
O que nem todo mundo sabe é que quase cinco anos antes, em 2018, uma startup brasileira chamada Koy, sediada em Recife, já fazia algo bem semelhante ao Chat GPT. Ainda em 2016, a advogada Karla Capela começou a desenvolver sua própria inteligência artificial, denominada i-norma. A inovação buscava preencher uma lacuna percebida pela profissional dentro do cenário jurídico corporativo.
Já estabelecida no mercado, a Koy atua automatizando e acelerando fluxos internos dos jurídicos corporativos e trazendo de forma interativa inferências sobre orientações de eventos judiciais, fazendo isso usando conceitos modernos como o de gêmeo digital e de gamificação.
Na prática, a aplicação da IA permite que o jurídico corporativo seja uma área estratégica com o olhar voltado para o setor financeiro, já que através dos seus recursos tecnológicos é possível visualizar todos os processos e suas características, possibilitando uma due dilligence permanente e extremamente fácil de ser e acompanhada nos dashboards interativos da plataforma.
A semelhança entre as tecnologias brasileira e estrangeira foi reconhecida pelo próprio Chat GPT: “Ambos os sistemas usam técnicas de processamento de linguagem natural para entender a linguagem escrita e gerar respostas coerentes e relevantes. Além disso, tanto o Chat GPT quanto a i-norma podem ser personalizados e treinados para atender a necessidades específicas de cada usuário ou empresa. No entanto, cada plataforma tem suas próprias características e recursos únicos, por isso é importante avaliar qual delas é mais adequada para cada caso específico”.
Atenta à semelhança entre sua plataforma e o Chat GPT, a CEO do Koy comentou sobre o pioneirismo de sua inteligência artificial: “foi uma honra o próprio Chat GPT pontuar a semelhança entre o Koy e a tecnologia deles, que está sendo tão exaltada. Isso mostra que devemos reconhecer as inovações que crescem aqui no Brasil e não apenas o que vem de fora do país”, disse Karla, que foi reconhecida como uma das 35 líderes globais pela IBM devido a sua criação.
O certo é que o cenário indica um direcionamento bem claro e sem volta: novas tecnologias como o Koy e o Chat GPT serão cada vez mais comuns e aprimorados para solucionar deficiências humanas.
Uma pesquisa da líder global de mercado Ipsos, realizada para o Fórum Econômico Mundial, mostrou que 57% dos brasileiros acreditam que os recursos proporcionados pela inteligência artificial são benéficos, o que significa que quase seis em cada dez brasileiros apontam que serviços e produtos que usam IA trazem mais vantagens do que desvantagens. Nas empresas, essas ferramentas também avançam a cada ano. Segundo a pesquisa global de adoção de IA da IBM de 2022, 34% das empresas relataram que estão explorando o uso de IA.
“Como falou Steve Jobs em uma de suas entrevistas, a tecnologia é a bicicleta do ser humano, e torna ele invencível perante à natureza. Somos essa bicicleta do mundo jurídico”, aponta Karla.
