O amor depois dos 50 e os novos caminhos

A especialista comportamento humano, Gisele Hedler analisa os benefícios e desafios dos relacionamentos maduros — vividos também por nomes como Ana Maria Braga, Monica Martelli e Fátima Bernardes

Por Redação

No mês em que o amor ganha holofotes, muito se fala sobre os relacionamentos que começam na juventude — mas pouco se ouve sobre os que florescem depois dos 50. Neste Dia dos Namorados, os dados mais recentes do IBGE (Estatísticas do Registro Civil 2023) revelam uma transformação silenciosa: em 2003, apenas 8,2% das noivas tinham mais de 40 anos; em 2023, elas já representam 25%. Entre os homens, o salto foi de 13% para 31,3%. A especialista em comportamento humano, Gisele Hedler analisa os benefícios e desafios dos relacionamentos maduros, marcados por mais autonomia, autoconhecimento e menos pressões sociais — histórias que também ganham visibilidade por meio de figuras públicas.

Prova disso são histórias conhecidas do público: Ana Maria Braga, aos 76 anos, casou-se pela quinta vez, em abril deste ano, com o jornalista Fabio Arruda, de 54. A atriz e apresentadora Monica Martelli assumiu aos 50 o relacionamento com o empresário Fernando Alterio, hoje com 72. Já a jornalista Fátima Bernardes, atualmente com 62, começou a namorar o vereador Túlio Gadêlha, 26 anos mais jovem, aos 55 — e o casal segue junto até hoje

Essa mudança de comportamento revela uma geração de mulheres que não apenas desafia estereótipos ligados à idade, mas também redefine o que significa amar — e ser amada — na maturidade. “Ao contrário do que muitos pensam, os relacionamentos depois dos 50 tendem a ser mais conscientes, leves e pautados por escolhas genuínas, não por convenções sociais”, explica Gisele Hedler. Segundo a especialista, a vivência acumulada ajuda a estabelecer vínculos mais saudáveis, com menos idealizações e mais espaço para o afeto real. Além disso, a maturidade afetiva permite que muitas mulheres priorizem o que realmente importa: parceria, respeito e liberdade para ser quem são.

Um estudo publicado pelo Pew Research Center, de 2023, mostrou que 20% das pessoas entre 50 a 64 anos e 13% entre 65 anos ou mais já usaram ou usam aplicativos de relacionamento. O dado reforça que, além de estarem abertas a novas conexões, muitas mulheres nessa faixa etária estão explorando caminhos modernos para encontrar um par — rompendo com a ideia ultrapassada de que a busca pelo amor tem prazo de validade. Para Gisele Hedler, isso representa um movimento importante de reconexão com o próprio desejo: “Essas mulheres não estão esperando que o amor aconteça por acaso. Elas estão se permitindo viver novas histórias, agora com mais clareza sobre o que querem — e, principalmente, sobre o que não aceitam mais.”