Outubro Rosa: detecção precoce aumenta as chances de cura
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, com mais de 70 mil novos casos por ano no país, segundo o Ministério da Saúde. Durante o Outubro Rosa, especialistas reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, medidas fundamentais para reduzir a mortalidade e aumentar as chances de cura.
A mastologista Roberta Buçard, do Hospital Santa Teresa, explica que a campanha é essencial para ampliar o acesso à informação e incentivar o cuidado contínuo com a saúde feminina. "O Outubro Rosa é importante para aumentar a conscientização sobre o câncer de mama e reduzir a mortalidade pela doença. Isso é feito através da divulgação dos sinais e sintomas, da importância dos exames e da busca por atendimento médico especializado, contribuindo para diagnósticos precoces, maiores chances de cura e tratamentos menos agressivos", explica.
Nova recomendação do Ministério da Saúde
Uma das principais novidades deste ano é a mudança na faixa etária recomendada para a mamografia. Agora, o exame deve ser feito a partir dos 40 anos, mesmo em mulheres sem sintomas. Antes, a orientação era iniciar o rastreamento apenas aos 50.
Para a Dra. Roberta, a atualização representa um avanço importante. "Com essa mudança, ampliamos as chances de detecção precoce em uma faixa etária significativa. Essa decisão fortalece a política de rastreamento e aumenta o número de diagnósticos em fases iniciais, quando o tratamento é mais eficaz", afirma.
Sinais de alerta
O diagnóstico precoce é determinante para o sucesso do tratamento. Entre os principais sinais de alerta estão:
? Presença de nódulos endurecidos,
? Alterações no bico do peito,
? Secreção espontânea em um dos mamilos,
? Nódulos nas axilas,
? Pele avermelhada ou com aspecto de casca de laranja.
A mastologista reforça que a mamografia é o principal exame de rastreamento, capaz de identificar alterações nas mamas antes mesmo do surgimento de sintomas.
Fatores de risco e prevenção
Embora o rastreamento regular seja recomendado a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual, a médica reforça que aquelas com histórico familiar da doença, mutações genéticas conhecidas ou exposição à radiação torácica na infância devem iniciar o acompanhamento mais cedo, geralmente a partir dos 30 anos, conforme avaliação médica.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama varia de acordo com o estágio da doença e é definido de forma individualizada, podendo envolver cirurgias, quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo. "As decisões são sempre tomadas em conjunto, considerando as possibilidades terapêuticas e o desejo da paciente. Quando o diagnóstico é feito precocemente, as taxas de sobrevida em cinco anos superam 99%, o que mostra a importância da detecção antecipada", explica a Dra. Buçard.
Para a médica do Hospital Santa Teresa, o estilo de vida tem papel fundamental na prevenção. "O câncer de mama é uma doença multifatorial, mas manter o peso corporal adequado, praticar atividade física regularmente e adotar uma alimentação rica em fibras e pobre em ultraprocessados são atitudes que ajudam a reduzir o risco", orienta.
Apesar dos avanços, o medo ainda faz com que muitas mulheres adiem a realização dos exames. "Esse sentimento é comum, mas é preciso lembrar como a detecção precoce salva vidas. Se houver algo errado, descobrir cedo faz toda a diferença", reforça.