Pediu delivery? Então desce para buscar

Projeto aprovado em 1ª discussão proíbe que clientes exijam que os entregadores subam até apartamentos. Entregas devem ser realizadas na portaria

Por Redação

Moradores do Rio que pedirem delivery devem descer para buscar o pedido na portaria

Após uma série de episódios de violência envolvendo entregadores, a Câmara Municipal do Rio aprovou, em 1ª discussão, o substitutivo ao Projeto de Lei nº 2906/2024, que proíbe clientes de exigir que profissionais de aplicativos subam até os apartamentos ou salas comerciais para realizar entregas. O texto, de autoria do vereador licenciado Felipe Michel (PSD) e aprimorado por emenda de Rocal (PSD), determina que as encomendas sejam entregues exclusivamente na portaria ou na entrada do condomínio.

A proposta ganhou força após o caso em que um entregador foi baleado no pé, em agosto, por um policial penal ao se recusar a subir até o apartamento, em Jacarepaguá. O episódio acendeu o alerta sobre as condições de trabalho dos profissionais, que relatam casos de agressões, ameaças e assédio.

"Não há justificativa plausível para que o Rio de Janeiro não tenha uma legislação que proteja esses trabalhadores. O relatório Caminhos do Trabalho 2023, divulgado pelo Ministério do Trabalho em parceria com a Universidade Federal da Bahia, revela que quase 60% dos trabalhadores de aplicativos no país já sofreram algum tipo de violência durante a jornada, sendo 18% casos de racismo ou violência de gênero. Como representantes da população carioca, precisamos dar a nossa contribuição para que esses profissionais tenham tranquilidade para trabalhar e garantir o sustento de suas famílias", afirmou Rocal.

O texto ainda prevê que as empresas de aplicativo deverão informar as novas regras aos entregadores, e os condomínios serão responsáveis por comunicar os moradores sobre a norma.

Há exceções para pessoas idosas, com deficiência ou mobilidade reduzida, que poderão combinar previamente a entrega na porta da unidade, sem custo adicional. A recusa injustificada do entregador, nesses casos, poderá gerar multa à empresa e suspensão temporária do profissional na plataforma.

O projeto voltará à pauta para segunda votação antes de seguir para sanção do prefeito.