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Alerj retoma CPI das Câmeras nesta segunda

A CPI das Câmeras foi retomada na Alerj nesta segunda-feira (8). Uma das medidas aprovadas foi a solicitação de um relatório de veículos recuperados no estado nos últimos 12 meses, que deve ser entregue pela Polícia Civil. O objetivo dos deputados é apurar possíveis conexões entre associações, seguradoras e cooperativas com o crime organizado.

Foram convocadas 21 empresas, mas nem todas estiveram na reunião, como é o caso da APVS. Outros representantes que participaram são ligados à Álamo, Auto Ache, e 21GO, além de membros da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Com o andamento da reunião, os deputados aprovaram a condução coercitiva dos responsáveis pelas empresas de segurança e monitoramento por câmeras que faltaram. Os membros da comissão na Alerj ainda determinaram a quebra de sigilo bancário das seguradoras Alámo, Facility e seus representantes.

De acordo com o presidente da Susep, Alexandre Chang, existem 449 companhias que oferecem o serviço de proteção e recuperação veicular no Rio de Janeiro, sendo cerca de 2 mil em todo o Brasil. O especialista apontou que ainda está em trâmite a regulamentação dos negócios.

Membros das forças de segurança do estado, as Polícias Militar e Civil também estiveram na Alerj, representadas pelo tenente-coronel Marcelo Brasil, chefe da assessoria parlamentar da PM, e Mauro César da Silva Júnior, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).

A ação das empresas foi observada com base nos desdobramentos da Operação Torniquete, implementada para combate e receptação de cargas, roubos, furtos de veículos no estado. Até o momento, resultou em 540 prisões, bloqueios de bens e valores acima de R$ 70 milhões, além de R$38 milhões em carros recuperados.

Na próxima segunda (15), os deputados ouvirão alguns dos principais bandidos ligados ao roubo de carros no RJ. Entre eles, Vinicius Sebastian dos Santos Catrink, "o Capetão", Thiago Fernandes Virtuoso, "Tio Comel", Gildásio Esteves Lima, Luciano da Silva Teixeira, o "Sardinha da CDD" e Jefferson Dias Lino, conhecido como "Rouba a Cena".

A CPI das Câmeras foi criada por iniciativa de Alexandre Knoploch (PL), que apontou irregularidades na atuação da empresa "Gabriel", acusada de atuar sem licenciamento e sem se utilizar dos critérios legais para a instalação de câmeras, bem como demais empresas privadas que realizam o mesmo serviço em locais públicos, e cooperativas de recuperação de veículos.

O objetivo da CPI é apurar se existe conexões entre as seguradoras, cooperativas e o crime organizado. A suspeita é de que os altos custos dos seguros dos nos carros que circulam no Rio possam estar alimentando o crime organizado.