Prevenção da violência contra mulher nas escolas

Iniciativa une as secretarias da Mulher, de Educação e da Saúde

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Dados do Dossiê Mulher evidenciam urgência da iniciativa

O Governo do Estado do Rio de Janeiro deu um passo decisivo na prevenção e no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres com o lançamento do programa Nós Seguras, nesta quarta-feira (9). A iniciativa propõe a integração entre as secretarias de Educação, da Mulher e de Saúde, em parceria com a ONG Serenas, para transformar as escolas da rede estadual em espaços mais seguros, acolhedores e comprometidos com a proteção e os direitos das meninas.

"Com o Nós Seguras, estamos fortalecendo a escola como um espaço de transformação social, onde o respeito e a dignidade devem ser regra. Essa é uma política pública com a marca do nosso governo: integrada, estruturada e voltada para a prevenção. Proteger nossas meninas é proteger o futuro do Rio de Janeiro", afirmou o governador Cláudio Castro.

A proposta integra ações formativas com profissionais da educação e da saúde, rodas de conversa com estudantes e metodologias acessíveis para a abordagem do tema no cotidiano escolar. A meta é romper com ciclos de violência intergeracional, promovendo uma cultura de paz, equidade e respeito desde a base.

Para a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, o programa representa um marco na política de enfrentamento à violência de gênero.

"O Nós Seguras é um avanço, porque rompe com a lógica de ações isoladas e aposta na construção de uma política de Estado. Estamos unindo forças, metodologias e propósitos para garantir que nossas escolas estejam preparadas para acolher, proteger e transformar realidades. Essa integração entre áreas é o que permitirá resultados duradouros", destacou Heloisa.

A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, também ressaltou os impactos das violências vividas na infância e adolescência.

"A violência contra meninas e jovens impacta profundamente a saúde física e emocional dessas vítimas. Nosso compromisso é atuar na prevenção, no cuidado e no acolhimento, garantindo que essas meninas possam reconstruir suas histórias com dignidade e oportunidades reais de crescimento", disse.

O Dossiê Mulher 2024, do ISP-RJ (Instituto de Segurança Pública), revela a dimensão do problema: em 2023, foram registrados 2.227 casos de importunação sexual no estado, sendo 690 envolvendo meninas de até 17 anos. Em relação ao estupro, os números são ainda mais graves: 1.789 meninas de até 11 anos e 1.399, entre 12 e 17 anos, foram vítimas.

Somente em 2023, mais de 3 mil meninas de até 17 anos foram vítimas de estupro ou importunação sexual no estado, segundo o ISP. A maior parte dos casos ocorre em ambientes próximos à vítima - como a casa, o bairro ou a própria escola.