Justiça suspende, pela 2ª vez, fase de licitação de Guandu II
Tempo exíguo do certame pesou na decisão da 6ª Vara da Fazenda
Por Marcello Sigwalt
Ao acatar mandado de segurança - com pedido de liminar, impetrado pela empresa Dimensional Engenharia - a 6ª Vara de Fazenda Pública suspendeu a fase de entrega de propostas, na licitação para construção do Novo Guandu, que ocorreria nessa quinta-feira (16). A obra deve dar origem à futura estação de tratamento de água do Estado do Rio de Janeiro, orçada em R$ 1,69 bilhão. Em paralelo, outro mandado de segurança, apresentado pela Associação das Empresas do Rio de Janeiro (Aeerj), ainda aguarda julgamento.
Na ata da Cedae, divulgada na sessão de abertura da licitação, é confirmado o adiamento 'sine die' da licitação, acompanhado do argumento para a suspensão do certame, relacionado com o prazo exíguo dado pelo respectivo edital, publicado em 18 de dezembro, muito próximo, portanto, das festas de fim de ano. Outra questão levantada se refere à 'inadequação' do projeto básico; insuficiência de informações técnicas no procedimento licitatório e inconsistências observadas na memória de cálculo que dá base ao orçamento da licitação.
Na sentença, a juíza Regina Lucia Chuquer de Almeida Costa de Castro lima assinala: "A complexidade do trabalho a ser realizado por diversas especialidades profissionais, aliada à extensão e grandeza da obra a ser executada, além do seu elevado valor quantificado no edital - a contratação pelo regime misto de empreitada por preço unitário, cumulado com o de preço global quanto a, especificamente, itens de fornecimento e instalação de equipamentos especiais ... autorizam o acolhimento do pedido de suspensão do prazo de abertura dos envelopes, marcado para amanhã".
Em outro ponto de seu despacho, a magistrada acentua que "a "inadequação do momento e do prazo de entrega das propostas fere o princípio constitucional da seleção do melhor candidato, atingindo, por via reflexa, o interesse público protegido".
Já batizada de Guandu II, a futura estação, com proximidade física da atual, deverá atender, sobretudo, a moradores da Baixada Fluminense. Seu prazo de construção foi estabelecido em 1.260 dias, dos quais 900 serão dispendidos na obra em si e os 360 restantes, na operação assistida.
Mas essa não é a primeira vez que a licitação da Cedae para construção de Guandu II é suspensa judicialmente. Em dezembro e 2023, a empresa chegou a lançar edital, mas o leilão, marcado para janeiro de 2024, acabou não acontecendo.
Consultada pela imprensa a respeito da suspensão anunciada pela Justiça, a Cedae preferiu não se manifestar.